Hoje é Dia Nacional do Doente com AVC: Atenção ao colesterol

Texto Sara Dias Oliveira | Fotografia Shutterstock

Colesterol e AVC. Sim, há uma relação que pode ser perigosa. É preciso prevenir o primeiro para evitar o segundo. O colesterol elevado é um risco para a saúde e o AVC matou 6.432 portugueses em 2015.

Este sábado é Dia Nacional do Doente com AVC. Mais um pretexto para meter na cabeça que é preciso controlar o colesterol e estar atento aos sintomas do AVC. E recordar histórias que provam que há vida depois de um acidente vascular cerebral.LEIA TAMBÉM AOS 24 ANOS, FREDERICO SOFREU UM AVC NO DIA DO CASAMENTO

O colesterol elevado é responsável por 18% das doenças cerebrovasculares. «O colesterol é um dos principais fatores de risco para o AVC, associado a outros fatores como a hipertensão, a diabetes, a obesidade», refere Ana Palricas, médica interna do Hospital de Vila Franca de Xira que trabalha na unidade de AVC.

Mais de metade da população portuguesa, entre os 19 e os 79 anos, apresenta pelo menos dois fatores de risco.

É fácil perceber o que se passa. Se o sangue não circula como deve ser, se não chega ao cérebro, o corpo manifesta-se. O colesterol é uma gordura no sangue, e quanto mais gordura acumulada, pior para a saúde.

«O problema é que o colesterol, em valores elevados, pode formar placas que se acumulam nas paredes das artérias, impedindo a passagem do sangue pelas artérias», refere a especialista de medicina interna.

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E um acidente vascular cerebral acontece quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido, devido a um bloqueio ou derrame. Dormência, fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, fala arrastada ou dificuldade em falar com clareza, são alguns dos sintomas de um AVC.

São os três «F» dos sinais de alarme:

  • Fala dificultada
  • Força comprometida
  • Face afetada.

Ou seja, alterações na fala, desvio de um dos lados da cara, diminuição da força num dos lados do corpo.

Além dessa acumulação nas paredes das artérias, que o colesterol em valores elevados provoca, parte dessas placas podem soltar-se a qualquer momento e entupir uma artéria do cérebro. E o corpo não tarda a dar sinais com um acidente vascular cerebral.

Dormência, fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, fala arrastada, são sintomas de um AVC.

Mas é sempre possível contrariar esse excesso de gordura que se agarra às paredes das artérias. «Há fatores de risco que se podem modificar», avisa Ana Palricas. Ou seja, não é complicado manter o colesterol em níveis estáveis.

A médica aconselha uma alimentação saudável, sobretudo com muitos legumes. O exercício físico ajuda a baixar os níveis de colesterol. E se há medicação prescrita pelo médico, então é para cumprir todas as indicações à risca.

Colesterol controlado, menos riscos de AVC. Na verdade, o colesterol tem coisas boas e coisas más. É fundamental para a produção de vitamina D, que aumenta a absorção intestinal de cálcio, de ácidos biliares e a produção de diversas hormonas. Mas quando elevado pode ser prejudicial à saúde. Hábitos alimentares incorretos, a falta de exercício físico, síndromes metabólicos e a própria genética são fatores de risco.

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