Sete mitos sobre saúde que a ciência refuta (por exemplo, comer sem sal)

Há algumas crenças que damos por adquiridas mas que não passam de mitos sem fundamento cientifico e que podem realmente afetar o que comemos. Devemos cuidar do nosso bem-estar e alimentação, é certo, mas não confie em tudo o que ouve. Alguns escolhas podem ter o efeito contrário ao desejado. Trocou o açúcar pelo mel? Ainda usa água oxigenada para desinfetar feridas? Cortou no sal? Então, é melhor ler este artigo.

Comida com sal faz mal à saúde

Quando alguém diz que temos a tensão arterial demasiado elevada ou que devemos emagrecer, uma das primeiras medidas normalmente é cortar no sal. Errado. A nutricionista Elisa Escorihuela diz que «um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, indicam que uma dieta baixa em sódio nem é benéfica para a saúde nem ajuda a baixar a pressão arterial». O segredo parece estar na ingestão de sódio, potássio e magnésio. Dos participantes no estudo, os que tiveram a pressão mais baixa foram os que ingeriram maior quantidade combinada de sódio (3,7 gramas por dia) e potássio (3,2 gramas por dia).

Só temos cinco sentidos

Há já algum tempo que os cinco sentidos clássicos – olfato, visão, paladar, tato e audição – parecem diminutos para explicar tudo o que o ser humano é capaz de perceber sobre si mesmo e o que o rodeia. O médico Manuel Castro acrescenta outros tantos. «Entre os óbvios, estão a termoceção (capacidade para distinguir as sensações térmicas), o equilíbrio, a cinestesia (reconhecer onde está cada parte do corpo sem ter de olhar) ou o sentido de dor».

Substituir o açúcar branco pelo mel é bom

Se todos os dias acrescenta uma colher de mel ao seu leite, não está a salvo de ter problemas de saúde. «Açúcar é sempre açúcar, o corpo não distingue a procedência da molécula. Por isso, o abuso de mel pode ser tão prejudicial quanto o abuso de açúcar refinado», adverte o nutricionista Àlex Perez. Marian Garcia, da Organização Mundial de Saúde (OMS), vai mais longe e garante que os açúcares livres – ou seja, os que já estão concentrados de forma natural nos alimentos, como o mel ou os sumos de fruta naturais – que estão muitas vezes disfarçados, são «um dos principais fatores do aumento da obesidade e diabetes no mundo».

Os produtos biológicos estão livres de pesticidas

Quando vemos as etiquetas «bio» ou «eco» nos produtos, pensamos imediatamente que estes são mais benéficos para a saúde por terem sido plantados de forma natural e sem o recurso a pesticidas. Mas será mesmo assim? O nutricionista Àlex Perez desmistifica a questão. «Em algumas plantações ‘bio’ estão autorizados alguns pesticidas naturais como o sulfato de cobre ou o caulim (que contém alumínio). Estas substâncias não são inocentes, a sua acumulação pode ser igual ou mais tóxica do que os pesticidas ‘sintéticos’».

Só usamos 10% do cérebro

Por muito que se desminta, este mito está sempre a voltar. No entanto, é falso. A maior parte do tempo estamos a utilizar quase todo o cérebro e apenas quando estamos em completo repouso se pode notar um nível da atividade tão baixa. O que acontece é que não usamos todas as partes ao mesmo tempo. «Cada zona do cérebro é importante pela função especifica que desempenham. Se só usássemos 10% do nosso cérebro, as consequências das doenças cerebrais não seriam tão graves, não é verdade?» questiona o neurologista espanhol Azuquahe Pérez.

Água oxigenada é boa para as feridas

Quando temos uma ferida aberta, é quase instintivo que usemos água oxigenada. No entanto, o ardor causado é sinal de que está a causar dano às células da pele. A água oxigenada não é um bom antissético porque não elimina todos os germes. Marian Garcia, da OMS, diz que «na realidade, a água oxigenada é menos eficaz que outros antisséticos e ainda agride a pele. Neste momento, o melhor é ter sempre à mão clorexidina para este tipo de casos.»

Beber infusões emagrece

Preto, verde, de cidreira, camomila, de frutos vermelhos, o chá é das bebidas mais associadas a um estilo de vida saudável e à perda de peso. Não é bem o que acontece. Luísa Solano, a doutorada em nutrição da Universidade Complutense de Madrid, refere que «este tipo de infusões têm componentes antioxidantes mas não nos fazem perder peso. Não vai acontecer nada se beber quatro litros de chá e continuar com o mesmo estilo de vida sedentário, sem aumentar o consumo de energia».