“É muito difícil estacionar na rua da Ordem, tenho de dar muitas voltas”

Notícias Magazine

Esta semana, no Entrevistas Que Nunca Fiz, temos connosco a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco. Segundo a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde foram detetados vários indícios de “apropriação” indevida de quantias dentro da Ordem dos Enfermeiros por parte da senhora bastonária. Que nos pode dizer sobre isto?
Posso dizer que trouxe o meu cão, o Pop, e que ele não está a gostar dessa pergunta e hoje ainda não comeu.

Eu já estava a contar com isso. Por isso, também trouxe o meu cão, o Heavy Metal, que já está a rosnar ao Pop. Entre as várias despesas que lhe são atribuídas, estão 10 580 euros em combustível durante o mês de setembro de 2016, ou seja, a senhora em vez de bastonária da Ordem dos Enfermeiros devia pertencer ao Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas. É muita gasolina num mês! Também tem um Maserati ou estava a pensar pegar fogo ao Ministério da Saúde?
É muito difícil estacionar na rua da Ordem dos Enfermeiros e tenho de dar muitas voltas.

Ilustração: Mafalda Neves

Mas, segundo as contas dos inspetores, a senhora teria que ter percorrido 498 quilómetros por dia, todos os dias, durante esse mês. Nem as ambulâncias do INEM andam tanto.
Essas contas estão mal feitas. Vou ter que pontapear uma porta para mostrar o meu descontentamento.

Tenha calma, a senhora ainda vai dar cabo do meu imaginário erótico com enfermeiras, e não queremos isso. Mas, ainda segundo os investigadores, e analisada apenas uma das nove contas bancárias da Ordem dos Enfermeiros, durante a gestão de 2016 e 2017, foram detetadas despesas em cabeleireiros, vestuário e refeições que totalizaram seis mil euros, compras no estrangeiro a rondar os 5 500 euros e operações bancárias que ascenderam a 7 800 euros. Não me diga que a senhora também está a gerir a Raríssimas?
Eu gosto de andar bem penteada e bem vestida e bem bronzeada. Assim é mais fácil conseguir dinheiro para o crowdfunding para as “greves cirúrgicas” dos enfermeiros.

Segundo sei, em tempos, a senhora mentiu na idade para se inscrever na JSD.
Pois foi, disse que tinha 16 anos, mas só tinha 14. Estava fascinada com Cavaco Silva. Lembro-me de o ver numa carrinha de caixa aberta, ali de pé na carrinha, todas as pessoas à volta. Tinha uma luz diferente, uma energia diferente.

Hum… hum… Acho que a senhora tem razão. Há mesmo falta de enfermeiros.
Eu bem digo.

Neste caso, faltam dois enfermeiros de bata branca e com um colete-de-forças para a virem buscar no fim desta entrevista.