Bruno Monteiro: violonista emocional

Em 2019, Bruno Monteiro, 42 anos, atuou, entre outros locais, em Telavive, Birmingham, Kiev e Washington. (Foto: Tony Dias/Global Imagens)

Texto de Sara Dias Oliveira

Começou pelo piano aos seis anos, aos 11 apaixonou-se pelo violino num amor à primeira vista, aos 13 estreou-se publicamente num recital, aos 14 tocou a solo com orquestra no Teatro Nacional de São Carlos, aos 16 aterrou em Chicago, aos 17 estava em Nova Iorque para continuar a aprender na Manhattan School of Music, com uma bolsa da Gulbenkian e do Centro Nacional de Cultura. Antes disso, em Portugal, Bruno Monteiro tinha terminado o estudo de violino com 20 valores.

Um percurso recheado de concertos, dentro e fora do país, em destacadas salas e festivais de música nacionais, em prestigiados palcos internacionais, como o Carnegie Hall em Nova Iorque e a Musikverein em Viena. Da Europa à Ásia, França, Viena, Bulgária, Filipinas, Malásia, Coreia do Sul, Estados Unidos também, entre outros países. Neste ano, já tocou em Telavive, Israel, em Birmingham, Reino Unido, na Filarmonia de Kiev, Ucrânia, nos Serões Musicais no Palácio da Pena, Sintra, no mítico Kennedy Center, Washington. Tem 12 discos gravados, há mais a caminho, repertório clássico, pouco habitual em gravações por esse Mundo fora, disponíveis na Europa, Extremo Oriente, Austrália, Estados Unidos.

“Szymanowski – Completa para Violino e Piano”, com João Paulo Santos ao piano, teve honras na revista Forbes, eleito álbum da semana no final de março de 2018. Os destaques e os elogios que tem vindo a arrecadar da crítica especializada, como um dos mais destacados violinistas da sua geração, reconhecem-lhe a dedicação e a entrega.
“Quero continuar a fazer o que estou a fazer, a dar concertos em todo o lado, a gravar discos. As críticas e os elogios são motivação e confirmação”, diz o músico, de 42 anos, nascido no Porto, criado em Santa Maria da Feira.

Bruno Monteiro vê-se como um leão com a mesma garra do início, só que mais domado, mais maduro, com a energia mais focada. Mas cada solo, seja em palco seja em estúdio, é sempre um balanço entre a razão e a emoção. “Consciente do que estou a fazer mas emocionalmente ligado para comunicar com o público. Gosto de transmitir coisas às pessoas e, no fim de tudo, é isto: a música é emoção”, realça.

É músico, acima de tudo. “A música é mais importante do que o instrumento que se toca.” A revista norte-americana Fanfare Magazine escreveu que de dentro de si saía um “som de ouro polido”, a também americana Strings Magazine afirmou que era “merecedor de uma porção muito maior da ribalta no palco mundial.”

Em Espanha, a Revista Ritmo escolheu o seu CD com a obra integral para violino e piano de Erwin Schullhoff, de 2016, para o top dos dez melhores álbuns a nível mundial. Em São Paulo, no Brasil, foi o disco da semana na Rádio Cultura que transmite para todo o país. A MusicWeb Internacional garante que as suas interpretações têm uma “vitalidade e uma imaginação que estão inequivocamente voltadas para o futuro.” E o músico prossegue o seu caminho. “Estou feliz com o que estou a fazer, é manter e continuar.”