Testar muito e rápido para desconfinar

Graça Freitas, diretora-geral da Saúde

Os portugueses vão fazer milhares de testes rápidos nos próximos meses. Para controlar a pandemia, a estratégia passa por testar muito para detetar o máximo de positivos, isolá-los e quebrar cadeias de transmissão. Os peritos pediram, o Governo acedeu e a testagem em massa começa a dar os primeiros passos.

Vantagens e desvantagens
Os testes rápidos de antigénio pesquisam proteínas específicas do vírus SARS-CoV-2 – o antigénio viral, que reduz a resposta imunitária – e indicam se há ou não infeção ativa. A pesquisa é feita por zaragatoa nasofaríngea, tal como nos testes de PCR. Face a estes, os testes rápidos têm a vantagem de permitirem uma resposta em menos de 30 minutos e de serem mais baratos. Por outro lado, são menos sensíveis do que os PCR e o risco de falsos negativos é mais elevado.

Saliva em alternativa à zaragatoa
Recentemente, surgiram testes feitos com amostras de saliva. A última atualização da estratégia de testes já contempla o uso de testes por saliva (os tradicionais PCR), como alternativa à zaragatoa Também há testes rápidos de saliva, mas a DGS não aconselha para diagnóstico laboratorial.

“Estima-se que se possam realizar diariamente cerca de 100 mil testes, quer PCR, quer testes rápidos de antigénio”
Graça Freitas
Diretora-Geral da Saúde

Quem vai ser testado
Para reabrir as escolas, o Governo quer testar docentes e não docentes. No caso do Secundário, também os alunos serão testados. Está também prevista a testagem em prisões, fábricas, construção civil e locais de elevada exposição social, nos concelhos com incidência elevada.

Mais rastreios onde há mais casos
Nos concelhos com mais de 120 mil casos por cem mil habitantes, a comunidade escolar será submetida a mais rastreios. Professores, funcionários dos diferentes níveis de ensino e alunos do Secundário vão ser testados sete dias após o primeiro teste. Depois, de 28 em 28 dias.

19,8
milhões de euros foram aprovados pelo Governo para a compra de testes rápidos de antigénio. São para as escolas públicas e para as estruturas do setor social e solidário que dão respostas à infância.