Sentar bem tem que se lhe diga

A APERGO e a Associação Portuguesa de Fisioterapeutas lançam recomendações para o trabalho remoto

Com a normalização do teletrabalho, a escolha da cadeira adaptada a cada um é fundamental para garantir a produtividade e o bem-estar. Saiba as regras de ouro dos especialistas para uma boa postura.

Com muitas pessoas empurradas para o trabalho remoto, o assunto volta a assumir-se como fundamental: postura incorreta e cadeira desadequada podem agravar patologias das costas, alertam fisioterapeutas e ergonomistas.

Bem-estar e produtividade em casa são o resultado da conjugação de diversos fatores, mas “a cadeira é um elemento fundamental na nossa postura, com influência na saúde”, avança o presidente da Associação Portuguesa de Ergonomia (APERGO), Pedro Ferreira. No momento de escolher, deve ser tida em atenção uma cadeira adaptável à estatura. “Pernas alinhadas e pés assentes no chão” são regras indispensáveis. No caso de a cadeira não o permitir, deve ser procurado um apoio para os pés.

O assento também faz diferença. O ergonomista aconselha a que “não seja demasiado curto, apanhando apenas metade da coxa”, pois será um fator de pressão. “Assentos rígidos são de evitar” e uma almofada de decoração não é recomendável para esse efeito. É ainda recomendado apoio lombar e de braços, “fundamental para facilitar o relaxamento da região cervical”, explica o especialista em ergonomia. Hugo Rocha, fisioterapeuta da equipa de andebol do Arsenal Clube da Devesa, enfatiza também os riscos para as coisas: “Pessoas em teletrabalho podem piorar patologias como dor lombar”.

A APERGO e a Associação Portuguesa de Fisioterapeutas (APFisio) lançam recomendações para o trabalho remoto, sendo a alternância de postura a regra de ouro. “O movimento é o melhor aliado”, por isso, são recomendadas pausas frequentes, lembra Hugo Rocha. Importante também é ter uma cadeira regulável em altura, para permitir diferentes posturas ao longo do dia.

Para o presidente da APFisio, é fundamental optar por uma cadeira confortável, e é “necessário desconstruir a ideia de que existe má ou boa postura, pois o importante é a alternância”. A linha vermelha traçada por Adérito Seixas é sentir “desconforto nos punhos, ombros, cervical ou lombar”, indicador de que a cadeira não é indicada e que a postura é incorreta.

A médio e longo prazo, as consequências de posturas incorretas e falta de movimento são, segundo Hugo Rocha, cefaleias, cervicalgias, lombalgias ou epicondilite.