As dores mais comuns na gravidez (e a evitar depois do parto)

A dor nas costas surge na sequência do aumento da tensão nessa zona do corpo (Foto: Freepik)

Cefaleias, mal-estar nas pernas e nos pés, dor mamária e uterina. A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor fala sobre alguns incómodos sentidos durante a gestação. O Dia Mundial da Grávida assinala-se esta quarta-feira, dia 9 de setembro.

O corpo da mulher transforma-se e passa por muitas alterações físicas durante a gravidez. São nove meses em estado de graça com alguns incómodos à mistura. Há dores localizadas ou generalizadas que podem surgir em períodos específicos da gravidez e persistir ao longo de toda a gestação. Cefaleias, dores na parte inferior do abdómen ou virilhas, nas costas, mal-estar nas pernas e nos pés, dores mamária e uterina, podem perturbar o dia-a-dia das futuras mães.

A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) faz questão de lembrar as dores mais comuns na gravidez e cuidados a ter para evitar que continuem a moer após o parto. “Neste Dia Mundial da Grávida é importante lembrar que as dores associadas à própria gravidez e que muitas vezes geram ansiedade e receio por parte das futuras mães, devem ser igualmente acompanhadas pelo médico para que não se prolonguem além deste período”, refere Ana Pedro, presidente da APED. “Muitas vezes, resultante de esforços ou má postura durante a gravidez, surgem outros problemas mais complexos no futuro”, sublinha.

Segundo a APED, a maioria das dores sentidas durante a gravidez são fisiológicas e surgem na sequência da própria gravidez, mas outras dores podem ser patológicas e desencadeadas por infeções ou doenças. “A grávida deve alterar alguns hábitos, atividades e posições para aliviar ou evitar agravar a dor. Noutros casos, caminhar pode aliviar a dor, bem como fazer exercícios de relaxamento e alongamentos”, sustenta.

As dores de cabeça ou cefaleias são comuns durante a gravidez, sobretudo no primeiro trimestre

As dores de cabeça surgem como consequência de um aumento da produção das hormonas sexuais, da pressão arterial alta ou do aumento da tensão nervosa. Por vezes, pode ocorrer uma diminuição temporária da pressão arterial, causando hipotensão que, associada a uma hipoglicemia, é responsável por dores de cabeça ligadas a enjoos.

A dor na parte inferior do abdómen ou virilha é mais frequente a partir do segundo trimestre. Acontecem quando os ligamentos e os músculos que envolvem o útero são esticados e ganham expressão à medida que a gravidez avança. São dores curtas, fortes e lancinantes. A melhor forma de aliviar esta dor é mover o corpo lentamente e ir alternando a posição.

A dor nas costas surge na sequência do aumento da tensão nessa zona do corpo. Para aliviar, é aconselhável usar calçado confortável, evitar longos períodos em pé, corrigir a postura ao dormir ou ao sentar, não fazer esforços, transportar ou levantar objetos pesados.

A partir da segunda metade da gravidez, podem ocorrer contrações ocasionais do útero, as chamadas contrações de Braxton-Hicks

As dores e os incómodos nas pernas e nos pés aparecem como consequência do aumento de peso. Além disso, as hormonas que surgem durante a gravidez relaxam os ligamentos da zona inferior das costas e os dos joelhos, tornando-os mais vulneráveis a lesões. O útero aumenta de tamanho e, desta forma, pode exercer pressão sobre alguns nervos, o que causa endurecimento e sensação de formigueiro nos pés e nas mãos. Esta sensação é bastante frequente, mas desaparece após o parto.

O útero é um órgão muito elástico, um músculo que dilata com a evolução da gravidez, podendo provocar desconforto. Também os seios da mulher aumentam de tamanho, tornando-os mais pesados e sensíveis. E, por isso, a dor mamária e uterina manifesta-se.