Tem sementes e dá frutos. Mas é só uma almofada

Foto: Leonel de Castro/Global Imagens

Texto de Filomena Abreu

Bastam uns segundos no micro-ondas. E não se deve esquecer de juntar um copinho de água. Isto não é a receita do lanche, mas sim uma das formas de utilizar a almofada térmica terapêutica. Já ouviu falar?

O conceito não é novo, mas também não é fácil de situar na barra cronológica. Pensa-se que poderá ter berço nas antigas civilizações orientais, mas também há quem aponte o caminho do Brasil. O certo é que os anos foram passando e a união entre termoterapia, aromaterapia e fitoterapia tem-se revelado feliz.

As almofadas em questão não constituem uma cura, mas ajudam a aliviar a dor e alguns desconfortos. Além disso, como alternativa, podem simplesmente servir para aquecer os pés ou as camas, nos dias frios de inverno, substituindo as tradicionais botijas de água quente. No verão, depois de passarem pelo frigorífico, refrescam o corpo nos dias em que as temperaturas fazem subir os termómetros. E tanto são feitas a pensar nos adultos como nos mais pequenos.

Dentro de saquinhos de pano-cru ou de algodão colocam-se caroços, por exemplo de cereja. Ou sementes, como trigo, linhaça ou lavanda. As ervas aromáticas entram de seguida. Da associação da termoterapia aos aromas da alfazema e da camomila, decorre a possibilidade de um relaxamento corporal e psicológico, aliviando dores musculares, stresse, ansiedade, entre outros problemas do sistema nervoso central.

E através dos aromas do eucalipto e da hortelã pretende-se acalmar sintomas de obstrução nasal, tosse, muco e outras irritações do sistema respiratório. Podem ser colocadas junto ao peito ou à almofada de dormir, para que atue durante o sono.

Quando aquecidas no micro-ondas, as sementes abrem os poros das folhas e estas libertam os seus óleos, tendo uma função térmica e difusora ao mesmo tempo. E assim aliviam dores musculares, ciática, lumbago, cólicas menstruais, cólicas do bebé, artrites, artroses, torcicolo, dores lombares, contraturas, tendinites, stresse, ansiedade, etc. (O copo de água serve para manter a humidade natural das sementes, conseguindo, dessa forma, maior eficácia).

Quando usadas para crioterapia (a frio), recomenda-se que sejam envolvidas num saco de plástico, antes de levar ao congelador (aproximadamente durante 2 horas), para evitar que a almofada crie humidade e ganhe outros odores. Nessa situação, é indicada para picadas de insetos, pós-operatórios, febre, enxaquecas, olheiras, varizes, hematomas, dores traumáticas, entre outras. Em ambos os casos, a almofada mantém a temperatura durante cerca de 30 minutos.

Os fisioterapeutas Rodolfo Moura e António Gaspar constatam os benefícios das almofadas enquanto forma de alívio das dores, mas frisam a necessidade de as pessoas recorrerem às terapias convencionais quando o problema é recorrente. Há diversos modelos. E muitos padrões divertidos. Difícil mesmo é não querer ter uma.