MAR2PROTECT: soluções para proteger aquíferos

No estuário do rio Lima, em Viana do Castelo, as ações são coordenadas pelo CIIMAR

Universidade Nova de Lisboa coordena projeto internacional que inclui diversos casos de estudo para lidar com contaminação.

O MAR2PROTECT, um projeto internacional coordenado pela Universidade Nova de Lisboa na busca de soluções para proteger os aquíferos de fontes de contaminação, já está a dar passos em Portugal. O LivingLab de Viana do Castelo reuniu em fevereiro e na ETAR de Frielas, em Loures, as tecnologias a implementar serão selecionadas até ao final do ano.

O projeto, financiado com 4,1 milhões de euros pelo programa Horizonte Europa, reúne ao todo 11 entidades de diversos países e prevê sete locais de demonstração: dois em Portugal, um no estuário do rio Lima e outro na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), e os restantes na África do Sul, Tunísia, Países Baixos, Espanha e Itália. Nestes locais, os investigadores vão testar soluções naturais e outras com recurso a tecnologias inovadoras.

No estuário do rio Lima, em Viana do Castelo, as ações são coordenadas pelo CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental. Aqui, os investigadores centram-se em “soluções baseadas na Natureza, tirando proveito do sapal e trabalhando na sua conservação para manter a qualidade das águas”, explica Marisa Almeida, do CIIMAR.

Entretanto, arrancou um LivingLab para “passar a mensagem” à comunidade. “Estamos a envolver as principais partes interessadas na demonstração da importância e relevância dos sapais como uma solução baseada na Natureza para combater dois grandes desafios do aquífero da bacia do rio Lima: a qualidade da água e a intrusão salina associada à subida do nível do mar”, concretiza Marisa Almeida, adiantando que o primeiro encontro decorreu a 21 de fevereiro, no Centro Municipal de Interpretação Ambiental.

Em Portugal há um segundo caso de estudo, na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Frielas, onde a aposta será nas tecnologias, nomeadamente em sensores e outras ferramentas digitais que recorrem a inteligência artificial. Até ao final do ano serão selecionadas as tecnologias a implementar e depois avançam com testes.

Este é um local particularmente sensível, pois “todos os químicos e componentes poluentes que usamos no dia a dia, a nível industrial e doméstico, terminam nas ETAR. E há uma nova diretiva europeia que vai incorporar o seguimento e tratamento de poluentes emergentes”, como os produtos farmacêuticos, explica Ana Pereiro, da Nova de Lisboa, que coordena o projeto.