O Rei da Pop está em Londres e ocupa 14 salas

Texto de Jorge Manuel Lopes

A National Portrait Gallery, em Londres, estará repleta com o Rei da Pop até 21 de outubro. Uma invasão protagonizada pela mostra “Michael Jackson: On the Wall”, que reflete a influência do cantor e compositor americano em alguns dos nomes cimeiros da arte contemporânea.

Os trabalhos de 48 artistas vêem-se ao longo de 14 salas e resultam de uma recolha de obras que pertencem a coleções públicas e privadas, juntando peças que já existiam a outras criadas propositadamente para “On the Wall”.

Três autores destacam-se no radar da fama. Uma das famosas séries de serigrafias de Andy Warhol está presente. Idem para um trabalho de Keith Haring, com as marcas visuais de rua que identificam facilmente a obra deste artista que partiu cedo, em 1990, com 31 anos. A outra estrela com produto na parede da National Portrait Gallery é David LaChapelle, autor de “An Illuminating Path” em 1998, uma fotografia onde Jackson recria o imaginário do vídeo de “Billie Jean”.

Vários outras obras saltam aos olhos. Casos de “Thriller (Black and White)” (2017), em que Graham Dolphin pega numa imagem idêntica à da capa do álbum best-seller de 1982 e enche-a de palavras. Ou do que KAWS preparou para uma capa da revista Interview em 2009, rodeando a estrela com múltiplas mãos enluvadas de Mickey Mouse e amordaçando-a com o que parece ser uma cauda. Ou ainda da extravagante óleo “Equestrian Portrait of King Philip II” (2010), pretexto para Kehinde Wiley transformar Michael Jackson num cavaleiro monarca, retrato evocativo (em rigor, muito muito evocativo) de uma pintura de Reubens do século XVII.

Se o verão der para isso, uma ida a Londres não ficará completa sem uma visita a “On the Wall”.