Texto Helena Viegas
PARTE I – A palavra aos próprios
Cristiana chega «arrastada» por um braço, com a mochila ao ombro, telemóvel na mão, um dos auriculares dos phones caído sobre o peito e o outro ainda preso no ouvido. Os amigos João, Vasco e Diniz, da mesma turma do 11º ano na Escola Secundária de Carcavelos, identificam‑na durante o intervalo.
«Se é para falar de telemóveis, ela é que é viciada…», acusam os colegas, entre risos, no corredor do primeiro piso. A adolescente nega – e com um argumento de peso: «É mentira. Vivo bem sem ele. Estive três meses sem telemóvel!…», apressa‑se a contrapor, bem‑disposta. O aparelho anterior partiu‑se e teve de esperar pelo novo. Custou‑lhe, mas sobreviveu. «Passadas umas semanas, habituei‑me», garante.
Os quatro têm a mesma idade, estudam Artes, e todos têm um smartphone –, afinal, até estudam numa escola onde o uso do telemóvel é permitido nas aulas, sob a orientação do professor.
Os smartphones são uma realidade para 6,5 milhões de portugueses
Mas, apesar disso e dos rótulos que lhes cabem por terem nascido entre 1995 e 2012 – eles são os post‑millennials, a geração Z, a iGeneration ou a geração cordão, sempre ligada ao wi‑fi –, a relação de cada um com o aparelho é bem diferente.
João Silva e Diniz Lopes revelam um maior desapego, são conhecidos até por nunca atenderem o telemóvel. Vasco Portugal prefere os jogos de computador, é criticado por não responder com celeridade às mensagens.
E é Cristiana Rocha quem dá uma atenção regular às redes sociais WhatsApp ou Instagram. «Tenho a internet quase sempre ligada e, quando falam comigo, respondo», diz, com simplicidade. Depois das 18h00, é possível que a conversa com as amigas se prolongue no grupo de WhatsApp, mas isso não interfere com as suas rotinas, garante Cristiana. «Em casa, não há telemóveis à mesa, existe essa regra…
E, à noite, por acaso gosto de ir dormir cedo, quanto mais cedo melhor, e até desligo o telefone!», diz, a desafiar «a injustiça» dos colegas. É por natureza extrovertida e comunicativa, online como offline.
Além disso, não confunde o cara-a-cara com as conversas de chat e privilegia sempre o convívio. A prova disso? «Nas férias, chegava a fazer quarenta minutos a pé, vinha de Manique até à praia de Carcavelos, só para estar com os amigos…», garante.
Os quatro conhecem bem a cartilha de quem os acusa de viver de olhos postos no ecrã, ligados ao wi‑fi e desligados do mundo, mas recusam identificar‑se com essa descrição ou atribuir ao smartphone o poder de controlar os seus comportamentos.
«Passo o dia todo sem olhar para o telemóvel e só quando chego a casa é que gosto de espreitar as redes sociais…, mas se perguntarem ao meu pai (que ainda tem um telemóvel daqueles de tampinha…), ele é capaz de dizer que eu estou “sempre” na internet…”», explica João, sem ironia.
Diniz é mais contundente: tentar falar com alguém que não levanta o olhar do ecrã «é muito irritante…», reconhece. «Mas eu conheço pessoas com 40 e 50 anos muito piores do que os adolescentes…», não resiste a acrescentar.
PARTE II – Retratos de uma geração
Os smartphones são uma realidade para 6,5 milhões de portugueses, segundo a Marktest, por isso os seus efeitos não serão exclusivos dos mais novos. Mas é nos adolescentes que em todo o mundo a investigação se tem concentrado e é fácil perceber porquê: eles são a primeira geração a crescer entre tablets, redes sociais e wi‑fi, sem memória sequer do tempo em que não havia ainda internet.
O telemóvel é uma extensão deles próprios – entre os jovens portugueses na faixa etária dos 15 e os 24 anos, a taxa de penetração dos smartphones atingia em julho os 96,6 por cento.
Os smartphones vieram reduzir as horas de sono, aumentar o isolamento e a deixar toda uma geração à beira de uma crise de saúde mental.
O tema tem sido muito debatido nos Estados Unidos, sobretudo depois de a psicóloga Jean M. Twenge ter publicado em livro um retrato polémico dos adolescentes «menos rebeldes», «mais imaturos» e também «menos felizes» da chamada iGeneration (ver caixa Uma geração destruída?).
Para a especialista, entretanto já muito criticada, os smartphones vieram reduzir as horas de sono, aumentar o isolamento e a deixar toda uma geração à beira de uma crise de saúde mental.
Também por cá – embora haja um maior cuidado na atribuição das «culpas» – existem cada vez mais pais, professores e investigadores a dedicar a sua atenção a este tema. Estarão de facto os smartphones a determinar comportamentos e a pôr em causa a saúde mental de toda uma geração?
Para Ivone Patrão, investigadora do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, a questão mais relevante é o risco de dependência (ver caixa Dependentes do smartphone?). Há sinais preocupantes, como o facto de «60 por cento dos adolescentes reconhecerem que o smartphone lhes tira tempo para estudar, para namorar, para estar com os amigos e a família, para fazer exercício físico…».
E também já existem números concretos sobre a realidade nacional: «Num estudo que fizemos com jovens portugueses, concluímos que 14 por cento dos estavam dependentes do smartphone», alerta.
Diversos estudos relacionam o uso exagerado das novas tecnologias com o aumento da ansiedade e o défice de atenção, entre outras perturbações. «Os smartphones são demasiado influentes para para não terem efeitos sobre a saúde mental», reconhece Teresa Lobato Faria, psicóloga clínica no Hospital Dona Estefânia.
Mas isso não significa que se possam estabelecer diretamente relações de causa‑efeito. «A saúde mental também tem efeitos na forma como os smartphones são utilizados. É uma relação biunívoca.» Se é verdade que telemóvel faz incidir o foco no agora, na gratificação imediata, também é inegável que «“ser impulsivo” influencia o uso exagerado das tecnologias», lembra.
14% dos jovens são dependentes
dos smartphones
Quando no ano passado publicou um livro dedicado aos post-millennials e à dependência das tecnologias, Ivone Patrão criou a expressão «geração cordão». «A “geração cordão” inclui todos – crianças, jovens e adultos – que não desligam num duplo sentido, nem se afastam da tecnologia, nem crescem, incapazes de desenvolver as competências essenciais para serem autónomos e conseguirem regular‑se emocionalmente», explica.
A psicóloga Jean M. Twenge justifica com números e exemplos concretos a imaturidade da iGeneration. A percentagem de finalistas do secundário que saíram em encontros amorosos nos últimos três anos, por exemplo, caiu dos 86 por cento de 1979 para 63 por cento em 2015. Nos EUA, experiências como tirar a carta de condução, ter a primeira relação sexual, arranjar um emprego em part‑time, etc., também têm vindo a ser adiadas, diz a autora.
A menor autonomia e a imaturidade dos mais novos salta à vista no dia‑a‑dia nas escolas. Liliana Magalhães, professora de Português na Escola Básica Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, vê com frequência «alunos dos 7º e 8º anos com uma necessidade imperativa de ligar imediatamente aos pais ao menor problema» e sublinha a importância de pais e professores trabalharem «no sentido de lhes incutir autonomia e responsabilidade». Foi aliás com essa ideia em mente que introduziu o telemóvel na sala de aula, há quatro anos.
Adelino Calado, diretor do agrupamento de escolas de Carcavelos, partilha a ideia da professora. Na sua opinião, é aliás na falta de autonomia que está o cerne da questão. Enquanto sociedade, estamos a infantilizar as crianças e, por arrasto, a empurrá‑las para a frente dos ecrãs para combater o tédio. «Com as nossas inseguranças, fizemos que os miúdos sejam uns totós. Eles não andam sozinhos na rua, não aprendem a tornar‑se autónomos, a ganhar responsabilidade», diz.
PARTE III – «no meu tempo…»
Cristiana, Vasco, João e Diniz não negam que a dependência dos smartphones existe. Mas é sobretudo na «geração seguinte» que a questão se coloca, dizem. Dizem dos colegas alguns anos mais novos, de 12 e 13 anos, que às vezes «parecem zombies» a olhar para os telemóveis.
Nos corredores, sentam‑se muitas vezes ao lado uns dos outros sem falar e, no refeitório, almoçam sempre com os tablets por perto… «Enquanto nós estamos a conversar e a brincar, eles estão a olhar para os ecrãs…», diz Diniz.
A ideia de pensar que «no meu tempo…» era diferente (e melhor, note‑se) é uma tentação, até para quem tem 17 anos e olha por cima do ombro para quem vem atrás. Mas o sorriso orgulhoso e complacente com que Adelino Calado ouve a forma como estes alunos censuram o comportamento dos colegas tem uma explicação.
«É este espírito crítico que é importante desenvolver. Não é por acaso que eles falam do comportamento dos mais novos… Esses ainda estão a aprender a usar o smartphone. Os miúdos precisam de ser orientados», diz.
Entre os jovens portugueses
na faixa etária dos 15 aos 24 anos,
a taxa de penetração dos smartphones atingia em julho 96,6%
Essa é a filosofia defendida pela escola, que tem um projeto pedagógico próprio muito virado para o uso das novas tecnologias. O tablets já foram introduzidos nos 5º, 7º e 10º anos, em breve serão abolidos os manuais e os smartphones são permitidos nas aulas, sob orientação do professor, desde 2013.
Com regras, formações em parceria com a Escola Segura e uma «pena» de suspensão de um dia inteiro por não cumprimento, decidida em Assembleia de Alunos. Habitualmente, «coloca‑se nas mãos de um miúdo um telemóvel com acesso a jogos e mais nada…», explica Adelino Calado.
É importante que eles recebam formação, não apenas sobre como funciona o aparelho, mas sobre segurança, cyberbullying, regras de utilização, perigos dos excessos, sinais de dependência…
«Pedem‑me muitas vezes para eu proibir os telemóveis na escola. Mas eu gosto de provocar os pais e pergunto sempre nas reuniões: quanto tempo demorou a ensinar o seu filho a comer com talheres? É que, tal como a faca e o garfo, o telemóvel pode ser um instrumento perigosíssimo, se for mal utilizado…»
Existe uma educação de base que antes era garantida pela família e que passou para a escola, explica Adelino Calado. «Os pais passam muito pouco tempo com os filhos, não querem comprar guerras… Não é só com os telemóveis, é com tudo! Eu perco horas no refeitório a ensinar a tirar as espinhas do peixe!..», desabafa o professor.
PARTE IV – O Papel dos pais
As potencialidades do smartphone tornam por vezes difícil a sua classificação, em função da utilidade. Sofia Ferreira tem 12 anos, é aluna do ensino articulado na Escola Básica Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, e fica muitas vezes sozinha em casa à tarde.
«O meu pai diz‑me sempre: ‘Sofia, faz primeiro as tuas coisas.’ Mas ele também sabe que o professor de flauta [transversal] gosta que eu use o telefone para ouvir o que estou a tocar», explica.
Os smartphones são em simultâneo uma distração e uma ferramenta de trabalho. E, lembra Sofia, podem até ter um papel positivo na interação entre pares. «Eu uso mais o telemóvel para me distrair, para fugir ao tédio. Mas acho que, para as pessoas mais tímidas, as redes sociais e o smartphone podem ser bons.
É mais fácil darem‑se a conhecer», explica. Além disso, servem também para facilitar a comunicação offline, acrescenta o colega Jorge Moura. «Eu tenho perfil no Instagram e no Facebook, mas uso o smartphone sobretudo para combinar coisas com amigos ao fim de semana», diz.
O papel ambíguo dos smartphones não facilita a vida dos pais. Sílvia Augusto sabe‑o bem. Assume todos os dias um duplo papel. É professora, faz parte da direção do agrupamento de escolas de São João da Madeira e é também mãe de dois filhos, um deles com 15 anos, o Gonçalo.
Está por isso a par de todas as tendências atuais – «Para eles, o Facebook neste momento já nem é uma rede social…», diz às tantas – e conhece bem os dilemas que enfrentam os pais na tentativa de tornar os filhos mais autónomos e, ao mesmo tempo, de regular a relação dos filhos com o smartphone.
60% dos adolescentes reconhecem que o smartphone lhes tira tempo para estudar, namorar, estar com os amigos e a família, fazer exercício físico…
«Esta geração não sabe esperar. Têm de estar sempre a fazer alguma coisa. E têm também uma capacidade de concentração para estar a ouvir alguém falar cada vez mais reduzida», constata.
Dentro da sala, são um desafio para os professores – «não há volta a dar, para conseguir captar a atenção dos alunos, as aulas têm de ser diferentes, as aprendizagens têm de ser mais práticas» – e fora dela um quebra‑cabeças para os pais.
«Os telemóveis fazem parte da comunicação entre eles», diz Sílvia. Estão presentes nos tempos livres e muitas vezes são assunto de conversa e circulam entre mãos a motivar conversas de grupo. «É normal estarmos todos juntos e falarmos de um vídeo, mostrarmos algo que estamos a ver. Os smartphones estão presentes, mas não afetam» o convívio, confirma Maria Gonçalves, de 14 anos e também aluna da Escola Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia.
A ideia de que o smartphone lhes suga toda a atenção não faz sentido para os adolescentes, mesmo que estejam sempre ligados e a receber notificações. «Não nos distrai, se quisermos deixamos o telemóvel de lado e pronto», diz o colega Rafael Flores.
Sílvia Augusto tem uma opinião semelhante, justificada por uma diferente leitura. «Há casos em que os smartphones condicionam demasiado o comportamento dos miúdos, mas acho que isso acontece mais com miúdos que têm uma retaguarda menos protegida», explica com base na sua experiência em ambiente escolar. Enquanto mãe, e apesar de saber que a personalidade e a maturidade da criança fazem de cada filho um caso individual, Sílvia Augusto defende que informar e definir regras é essencial.
O telemóvel do Gonçalo fica fora do quarto à noite, nunca está ao pé dele quando está a estudar, e de vez em quando os pais rastreiam as contas das redes sociais com o filho ao lado e conversam sobre os novos amigos, o porquê de ter decidido seguir determinada pessoa, etc.
«Aquilo que eu digo muitas vezes aos pais é que não vale a pena proibir… Os miúdos têm acesso à internet em todo o lado. Nenhum pai pode controlar isso. É mais fácil educar, monitorizar…», explica.
A especialista nota um maior controlo e diz até que nos últimos dois ou três anos os adolescentes aproveitam mais as relações, sem a necessidade constante de estar a comunicar com amigos fora do grupo
«O telemóvel deve ser desligado durante a noite e é aconselhável algum controlo parental», reforça a psicóloga clínica Júlia Vinhas. «Há adolescentes que dormem com o telemóvel debaixo da almofada, continuam a receber notificações durante a noite e isso perturba‑lhes a qualidade do sono», alerta.
No entanto, para a coordenadora do CADin — Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil de Setúbal, há uma questão ainda mais importante quando se fala sobre os riscos dos smartphones. «Os pais devem ser modelos dos filhos», sublinha. A especialista nota um maior controlo e diz até que nos últimos dois ou três anos os adolescentes aproveitam mais as relações, sem a necessidade constante de estar a comunicar com amigos fora do grupo.
Gonçalo concorda. Está alerta para temas como o cyberbullying e a segurança, mas apesar de todos os avisos também já foi repreendido por ter fornecido alguns dados pessoais num site de jogos online…
E a propósito de smartphones, aproveita para dizer que não gosta do «caráter muito padrão» dos colegas mais populares nas redes sociais e não troca um jogo de basquete na rua por nada. «Tirando um ou dois casos», garante que a maioria dos colegas pensam da mesma maneira. «Nós andamos com o telemóvel, não é o telemóvel que anda connosco», diz.
Dependentes do smartphone?
A desistência de atividades extracurriculares e o isolamento social são sinais de alarme que os pais não devem menosprezar, alerta a psicóloga Ivone Patrão.
- Número de horas de utilização crescente.
- Estar online passou a ser a sua principal atividade.
- Alterações de comportamento (irritação, ansiedade, cansaço).
- Baixa de rendimento escolar.
- Desistência de atividades extracurriculares para poder estar mais tempo online. Decréscimo na socialização.
- Conflitos constantes com os pais por desacordo com as regras de utilização
do telemóvel. - Utilização das redes sociais como recurso para lidar com os problemas emocionais.
Uma geração destruída?
Os adolescentes estão à beira de uma crise de saúde mental e a culpa é dos smartphones, defende a psicóloga norte‑americana Jean M. Twenge.
Apesar de 25 anos passados a estudar as diferenças entre gerações, a investigadora norte‑americana Jean M. Twenge garante que nunca tinha visto nada assim. «A chegada do smartphone mudou radicalmente todos os aspetos da vida dos adolescentes, desde a natureza das suas interações sociais até à sua saúde mental», explica a professora de Psicologia da Universidade de San Diego.
Os jovens da iGeneration, nascidos entre 1995 e 2012, «sentem‑se mais confortáveis no seu quarto do que dentro de um carro ou numa festa»
Em 2012, o padrão de comportamento dos adolescentes alterou‑se e num ápice os millennials desapareceram para dar lugar a uma nova geração, totalmente diferente. Os jovens da iGeneration, nascidos entre 1995 e 2012, «sentem‑se mais confortáveis no seu quarto do que dentro de um carro ou numa festa», e se é verdade que estão mais seguros do que nunca, do ponto de vista físico, «psicologicamente são muito mais vulneráveis», alerta.
Jean M. Twenge, que já tinha sido a responsável pelo alerta sobre o individualismo da Geração Eu, publicou em 2017 o livro Gen: Why Today’s Super‑Connected Kids are Growing up Less Rebellious, More Tolerant, Less Happy ‑ and Completely Unprepared for Adulthood (iGen: Por que as crianças sempre ligadas estão a crescer menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes ‑ e completamente despreparadas para a vida adulta, em tradução livre).
Segundo a especialista, os pós‑millennials dormem pior, saem pouco com os amigos, namoram cada vez menos, têm menos sexo, não anseiam por ter liberdade e independência (tiram a carta mais tarde, por exemplo) e confirmam sentir‑se mais sozinhos.
E tudo isso são estatísticas preocupantes, tanto mais quanto se sabe que a depressão atingiu os 12,5% entre os adolescentes, segundo um estudo da Universidade de Columbia, e o suicídio é também um problema.
«Não é um exagero descrever a iGen como uma geração à beira da pior crise de saúde mental em décadas. E grande parte dessa deterioração pode ser atribuída aos smartphones», defende Jean M. Twenge.
A pré‑publicação do livro foi feita pela revista The Atlantic, em setembro, num texto com o título «Os smartphones destruíram uma geração?», que foi partilhado milhares de vezes, mas também muito criticado por passar uma imagem parcial da realidade e tirar conclusões abusivas. «Os miúdos vão ficar bem», garantia a também investigadora Sarah Rose Cavanagh, num artigo de resposta publicado no site Psychology Today.