ENTREVISTA. Inês de Medeiros: ela é que é a presidente da câmara

Como está a ser recebida na Câmara, onde há certamente muitos funcionários ligados ao PCP, o grande derrotado eleitoral?
De uma maneira geral, muito bem. Deve distinguir-se a filiação partidária, no livre exercício da democracia, da competência no trabalho. O problema deu-se em casos muito específicos e com a cúpula. Não vale a pena esconder: a transição correu muito mal, a roçar a caricatura. O ritual de transição de poder não foi cumprido, não tivemos ninguém à nossa espera – nem sequer a pessoa que havia sido designada para tal – e o anterior presidente da câmara entregou-me a chave por ocasião de uma reunião tivemos em Lisboa. Resumindo: a única informação que recebemos do executivo anterior foi a de que havia uns tapetes de Arraiolos que podiam ser usados.
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Esta é uma das respostas que Inês de Medeiros deu à Notícias Magazine, na primeira grande entrevista desde que venceu as eleições para a Câmara Municipal de Almada, em outubro, e que será publicada no próximo domingo.

O pai, o maestro António Victorino de Almeida, chama-lhe «a incrível almadense» numa referência à histórica sala de espetáculos de Almada e também à forma como se tornou a surpresa das eleições autárquicas. Ao fim de quarenta anos, e por escassos 313 votos, o PS tirava a câmara aos comunistas. Inês de Medeiros foi a grande vencedora daquela noite e até a atriz que se fez política ficou surpreendida.

Na primeira grande entrevista que dá depois dessa noite, explica como se preparou para a campanha, as dificuldades que tem encontrado e os grandes desafios que tem pela frente. E falou também dos tempos em Paris, do convite de José Sócrates para ingressar na política, da relação com a irmã, a também atriz Maria de Medeiros.

Estes são outros excertos da entrevista que pode ler no próximo domingo, na Notícias Magazine (com o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias):

«Há que encarar isto com naturalidade, consciente de que o essencial é que os nossos atos tentem espelhar da melhor forma aquilo que realmente somos, gostamos, defendemos. Essa, sim, é uma preocupação minha. Quem me conhece bem sabe que se há na politica há cargo que me fica bem sé um cargo autárquico.»

«Andámos um ano no terreno. Andei muitos meses a estudar Almada, a ver Almada, fizemos quilómetros e quilómetros. E esta antecipação deu-me muita segurança e tempo para identificar e estudar os problemas maiores de Almada. No conhecimento do terreno, já quase desafio os almadenses de nascença.»