Sánchez diz que não é ingénuo e não sai do Governo espanhol

Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol

O primeiro-ministro de Espanha deixou a dúvida no ar. Demitir-se ou não demitir-se? Decidiu manter-se em funções com um aviso.

O inquérito que deixou de o ser
A 24 de abril, o Tribunal de Madrid abriu um inquérito preliminar a Begoña Gómez, mulher de Pedro Sánchez, por alegado tráfico de influências e corrupção. A queixa, baseada em artigos publicados na Internet com algumas alegações à mistura, terá partido de uma organização associada à extrema-direita. No dia seguinte, o Ministério Público pediu o arquivamento da queixa, considerando não haver indícios que sustentassem a abertura de um procedimento judicial.

A carta aos cidadãos
O momento delicado levou Sánchez a escrever uma carta aos espanhóis. Sentiu-se vítima de um “ataque sem precedentes”, de denúncias “escandalosas” e “falsas.” Acusou o Partido Popular e o Vox de serem colaboradores de uma “galáxia digital de ultradireita” de rumores e mentiras, avisou que não era ingénuo e garantia que a sua mulher defenderia a sua honra. Na última segunda-feira, anunciou que ficaria e adiantou que o que estava em causa não era o destino de um líder.

“Apelo à sociedade espanhola para que, mais uma vez, dê o exemplo. Os males que nos afetam fazem parte de um movimento global. Mostremos ao Mundo como se defende a democracia”
Pedro Sánchez
Primeiro-ministro de Espanha

5 dias
foi o tempo em que Pedro Sánchez deixou Espanha (e o Mundo) em suspenso, depois de anunciar que cancelava toda a sua agenda até tomar a decisão de ficar ou deixar o Governo. A demissão pairou no ar.

Manifestação de apoio e solidariedade
No dia 27 de abril, mais de dez mil militantes e simpatizantes concentraram-se à porta e nas imediações da sede do PSOE, Partido Socialista Operário Espanhol, em Madrid, para demonstrar o seu apoio ao líder do partido e primeiro-ministro. Enquanto, no interior, decorria a reunião da comissão federal do PSOE, no exterior, havia vozes e cartazes a pedir para Sánchez não se demitir.