Foi galardoado pelo trabalho na escola em Timor-Leste e atualmente exerce funções em Macau.
Nasceu em África, formou-se na Europa e tem dirigido escolas no Oriente, em defesa da língua e cultura portuguesas. Acácio Azevedo de Brito, que atualmente exerce funções como diretor da Escola Portuguesa de Macau, diz que o Português continua a ser fundamental e que “conhecer mundo” torna as pessoas mais tolerantes.
Viveu em Moçambique até aos 15 anos, altura em que rumou com a família a Portugal. Depois de se formar, foi professor do Ensino Secundário de Filosofia e Psicologia, assistente do Departamento de Gestão e Administração Pública na Universidade Portucalense, inspetor na Inspeção-Geral da Educação e Ciência, até receber um convite para partir.
O primeiro destino foi Timor-Leste, onde esteve à frente da Escola Portuguesa de Díli. A passagem, entre setembro de 2015 e março de 2023, por aquele canto do Globo foi “gratificante”, diz. “Fiquei apaixonado pela terra e pelas gentes.”
Mas o caminho não foi isento de dificuldades, até porque a língua indonésia (bahasa) e inglesa (consideradas de trabalho) têm um “peso preponderante” no país, somando-se às línguas oficiais do país, o tétum e o português. “A nossa equipa conseguiu colocar a escola no mapa. Quando chegámos eram cerca de 600 alunos e passamos para 1300 alunos, valorando o ensino da língua e cultura portuguesas em Timor leste”, diz o professor. O trabalho foi de tal forma reconhecido, que Ramos Horta, o presidente da República timorense, o condecorou com a Medalha da Ordem de Timor-Leste.
Seguiu-se um novo desafio, como diretor da Escola Portuguesa de Macau (EPM), função que desempenha desde novembro. A EPM, explica, é, “no contexto das escolas portuguesas no estrangeiro, aquela que apresenta dos melhores resultados”. Neste estabelecimento, onde estudam 744 pessoas, a “maioria dos alunos são portugueses ou luso-macaenses, mas a percentagem de alunos de origem chinesa começa a ser mais significativa”.
Para o professor, o Português é “fundamental”. “Procuramos, através da revista que temos na escola, valorar a língua e fazer perceber a sua importância.” Tem milhões de falantes por todo o Mundo, pese embora com diferentes “linguajares” e “vai-se afirmando em diversos saberes, na ciência e nos negócios”.
As experiências além-fronteiras, refere ainda Acácio Azevedo de Brito, têm-lhe permitido “perceber outras ‘formas de estar’ num Mundo cada vez globalizado, mas, infelizmente, em alguns momentos, muito intolerante”. O ser humano, com todas as suas diferenças e semelhanças, é “pequeno” face à “grandeza do Mundo”.
Localização: Macau
Profissão: diretor da Escola Portuguesa de Macau
Idade: 61 anos