A rubrica "Máquina do Tempo" desta semana recorda a inauguração e trajeto (até ao atual desmantelamento) da refinaria de Leça da Palmeira.
A refinaria da SACOR (Sociedade Anónima de Combustíveis e Óleos Refinados) foi inaugurada em 1970 e ocupou uma extensa área de 290 hectares na marginal de Leça da Palmeira, situada entre os lugares da Boa Nova e Cabo do Mundo. À época, a construção da refinaria foi fortemente contestada por Pinto de Oliveira, então presidente da Câmara de Matosinhos, que tinha planos de desenvolvimento turístico para essa região litoral.Apesar da oposição, a refinaria operou por décadas, desempenhando um papel significativo na indústria petrolífera local.
Passados 50 anos, chegou o anúncio de encerramento. Os trabalhos efetivos da demolição da refinaria de Matosinhos, em Leça da Palmeira, começaram há dias, a 23 de outubro. De acordo com a Galp, a primeira fase desse complexo processo de desmantelamento está prevista para durar dois anos e meio e será a mais visível. Uma vez concluída, seguir-se-á a fase de reabilitação ambiental dos solos. A Galp anunciou o encerramento da refinaria em dezembro de 2020, completando o processo no ano seguinte, uma medida que suscitou críticas das organizações sindicais.
A desativação das operações de refinação em Matosinhos ocorreu em abril de 2021, com aproximadamente 30% dos trabalhadores que continuaram envolvidos nas operações de desativação. Em maio, o despedimento coletivo afetou cerca de 150 trabalhadores da refinaria, chegando a empresa a um acordo com 40% das aproximadamente 400 pessoas. A decisão de encerramento da refinaria foi justificada pela Galp com base em tendências globais de refinação, preocupações com a sustentabilidade e as características das instalações.
Este ano, foi anunciada a criação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local da refinaria de Leça da Palmeira, em colaboração com a Fundação Oceano Azul. A empresa britânica Simpatrans Oil & Gas Limited demonstrou interesse em adquirir a refinaria para reiniciar as operações, mas a Petrogal descarta a proposta e mantém o rumo nos projetos.