Susana Romana

Pedro Nuno Santos, a demissão de Costa e a prenda de Natal de Luís Montenegro

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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À hora a que escrevo, ainda não é claro se Portugal vai a eleições. A única coisa que é clara é que António Costa deixa de ser primeiro-ministro e fica tão perto de um cargo europeu como Cristiano Ronaldo está perto de voltar a ser Bola de Ouro e namorado da Merche Romero.

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Com a demissão de Costa, fica a dúvida: quem será o próximo primeiro-ministro? Deveria ser alguém que os portugueses conhecem, respeitam e que acabe com o mal-estar instalado. Parece-me óbvio que tem de ser o João Baião.

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A verdade é que o PS tem pouco tempo para se organizar e perceber quem sucede a Costa. Pedro Nuno Santos está há tão pouco tempo como comentador que ainda nem esclareceu se casava ou não com a Miss Portugal.

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A operação que levou à detenção de cinco pessoas próximas do primeiro-ministro nunca chegou a ser batizada. Sugiro que lhe chamem Sandra Alexandra (um nome nostálgico para nos lembrarmos como a corrupção faz parte de nós desde sempre) ou então “Operação Jogos ParaLítios”.

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Em causa estão indícios de corrupção e tráfico de influência relacionados com a exploração de lítio e hidrogénio verde. Já até as soluções ecológicas descambam em escândalos. Vão acabar a prender o Macaco Gervásio, aquele que aprendeu a reciclar.

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Outro caso suspeito envolvia a construção em Sines de um data center que seria essencial para a transição energética. Sines é conhecido pelo Festival Músicas do Mundo, mas neste caso estava a dar-nos outra música (com jantaradas com ministros em vez de solos de berimbau).

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A imprensa nacional foi assim inundada de manchetes a falarem de um “escândalo de corrupção em Portugal”. Há que ver o lado positivo: pode ser que assim a Netflix queira fazer cá mais séries. Uma temporada da “Casa de papel” só sobre lítio ou o Lupin a levar as filhas do Galamba à escola no carro do Ministério.

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Ao que tudo indica no momento em que escrevo, existirão eleições lá para janeiro. O que quer dizer que Luís Montenegro ainda pode aproveitar a magia do Natal para pedir ao Santa Claus que o transforme num menino a sério (e que Passos Coelho se mantenha longe da manjedoura).

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 12 de novembro – número 1642 – da “Notícias Magazine”]