Espanha: As notícias da morte da Esquerda foram manifestamente exageradas

(PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP)

O PP de Alberto Feijóo foi mesmo o mais votado nas eleições espanholas do último domingo, mas o bloco de Direita ficou muito aquém do que rezavam as sondagens. Cenário parece ser mais favorável a Pedro Sánchez, mas a sombra da ingovernabilidade volta a pairar.

 

1,7%
A diferença percentual de votos entre o PP, de Feijóo, que venceu as eleições, e o PSOE, de Sánchez, o segundo partido mais votado, tendo captado mais votos e deputados do que no escrutínio de 2019.

Independentistas decisivos
Dado que a soma dos deputados dos partidos da Direita espanhola é muito semelhante à soma dos deputados da Esquerda (171 contra 172), a chave para formar Governo pode estar nos independentistas, com quem Sánchez terá mais possibilidades de se entender. Mas a negociação promete ser dura, até porque o líder do PSOE já garantiu que não alinhará na concessão de um referendo pela independência.

Ingovernável, outra vez
Têm sido anos particularmente tensos na política espanhola. Já em 2019, houve eleições duas vezes no espaço de sete meses, por não ter sido possível formar Governo. Agora, o país volta a ver-se num impasse.

“Espanha e todos os cidadãos que votaram foram claros: o bloco do retrocesso falhou”
Pedro Sánchez, líder do PSOE

E se as negociações falharem?
O novo Parlamento será constituído a 17 de agosto. Os partidos podem então negociar para tentar encontrar uma maioria. Se a investidura falhar, o Chefe de Estado, o Rei Felipe VI, deve dissolver o Parlamento dois meses depois dessa data e
convocar novas eleições, a priori até ao final do ano.

19
O número de deputados que o Vox, partido de extrema-direita, perdeu, em relação às últimas eleições.