Catarina Paiva, uma bailarina que também pinta e desenha

Catarina Paiva é bailarina em Roterdão, Países Baixos

Estudou dança e design gráfico. Aos 18 anos, partiu rumo a Roterdão para continuar a aprender. Agora é freelancer, experimenta diferentes estilos, quer diversificar a sua arte.

Aos seis anos entrou no ballet, aos 12 experimentou dança contemporânea numa escola da Maia, aos 15 estava na Academia de Dança de Matosinhos. Dançava todos os dias. “Comecei a treinar intensamente, sempre depois das aulas, ao mesmo tempo que fui estudar para a Soares dos Reis”, recorda. Nesta escola artística, estudou Design Gráfico, depois do Secundário pensou seguir essa área, a professora de dança insistiu para que fizesse audições para várias escolas. Catarina Paiva ouviu-a e está grata por isso.

Aos 18 anos, fez as malas e partiu para estudar Dança na Codarts, escola de artes performativas em Roterdão, nos Países Baixos. “Os meus pais e a minha família ajudaram-me a concretizar esta vontade”, lembra. Aprendeu técnicas antigas e modernas com professores convidados de diversas companhias. “É uma ótima escola para criar conexões e expandir conhecimentos sobre dança. Cresci muito, conheci muitas pessoas de diferentes países.”

A licenciatura está feita e já tem espetáculos no currículo. Estagiou numa companhia de dança para crianças que faz workshops, espetáculos em escolas e teatros para pais e filhos de várias idades. Aprendeu competências que sabe que lhe vão ser úteis. Saiu da companhia em julho, ao fim de três anos, ofereceram-lhe contrato para continuar, foi difícil tomar a decisão de sair, confessa. “Tinha um trabalho estável cinco dias por semana, tinha aulas diferentes todos os dias, com bom treino, fazíamos muitos espetáculos, íamos em tournées.” Esteve na Áustria, na Alemanha, em Itália.

Decidiu arriscar. Neste momento, Catarina Paiva, que nasceu em Lisboa e viveu no Porto, é bailarina freelancer baseada em Roterdão. “Quero fazer projetos mais pequenos para continuar a conhecer mais pessoas e diversificar o trabalho que faço porque gosto de dançar diferentes estilos”, conta. Em setembro, esteve envolvida num projeto, dançou em Amesterdão e na Alemanha. Em outubro, mais uma criação e mais espetáculos. “Tenho de manter o meu treino pessoal e fazer as minhas coisas.” Está a reestruturar o seu portefólio, o que quer fazer, no que se quer especializar. “Tenho necessidade de criar em diferentes meios porque não consigo escolher um só”, explica.

Não tenciona voltar a Portugal tão cedo quando vive num país em que há tanta gente de tantos sítios, com backgrounds diversos, sente sempre falta disso quando regressa. E não só. “Esta realidade de ser bailarina freelancer é muito difícil em Portugal, aqui há mais oportunidades, também é difícil, não deixa de o ser, é preciso estar no sítio certo à hora certa.”

Tem um grupo de amigos que é como família em Roterdão. Gosta da cidade, das pessoas, do canal, do rio, de ir de bicicleta a qualquer lado nem que seja meia hora a pedalar. “Gosto da dinâmica da cidade, há sempre alguma coisa a acontecer.” E anda sempre com um caderno na mochila porque nunca deixou de desenhar e de pintar. “A qualquer momento posso pegar na caneta e desenhar alguma coisa”, revela. Dançar e pintar são, no fundo, as duas artes que a fazem feliz.

Catarina Paiva
Localização:
Roterdão, Países Baixos 51º 55’ N 4º 55’ E (GMT+1)
Profissão: bailarina
Idade: 24 anos