ALGAplus. Dar novas formas às algas para recuperar uso na cozinha portuguesa

As algas e microalgas ficam bem nas entradas, em pratos principais e sobremesas, garante a empresa

Algaplus coloca no mercado micro e macroalgas frescas, desidratadas, em pó ou incorporadas noutros produtos alimentares. Podem ser usadas desde as entradas às sobremesas.

Há micro e macroalgas produzidas em Portugal e transformadas que permitem reintroduzir este alimento tão nutritivo em pratos do quotidiano. As propostas chegam através da ALGAplus, que recuperou nomes tradicionais e dá sugestões de receitas para facilitar o uso.

A partir das instalações em Ílhavo, a ALGAplus produz espécies de algas nativas da costa portuguesa em aquacultura biológica, num ambiente semicontrolado, seguro e sustentável. O resultado pode ser saboreado fresco, transformado ou já incorporado noutros produtos através da marca Tok de Mar e, em breve, da Companhia das Algas. Na loja própria online, em estabelecimentos de retalho especializado, lojas de produtos biológicos e em algumas grandes superfícies, encontram-se várias espécies desidratadas, em pó, flocos, com sal e flor de sal e até conservas de sardinhas com algas e um mel aromatizado, desenvolvido em parceria com outra empresa.

O setor alimentar é a aposta principal, até porque as algas têm “grandes benefícios a nível nutricional e são fáceis de incorporar na dieta mediterrânica e atlântica, passando a ser um ingrediente do dia a dia”, refere Helena Abreu, fundadora e cogerente da ALGAplus, recém-eleita presidente da International Seaweed Association. “Podem ser usadas para reduzir o consumo de sal, têm iodo, ferro, potássio, magnésio e algumas vitaminas essenciais.”

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Ficam bem nas entradas, em pratos principais e sobremesas, garante a empresa, que até disponibiliza receitas para cozinhar com alface-do-mar (ulva rígida), erva-patinha (porphyra), fava-do-mar (fucus vesiculosus), cabelo-de-velha (gracilaria gracilis) e muitas outras espécies.

Os nomes com que as apresentam não são um acaso. Portugal é dos países que tem “registos históricos de consumo de alga desde finais do século XIX, nomeadamente na zona costeira a norte do Porto e ilhas açorianas, e daí advêm os nomes comuns que utilizamos”, conta Helena Abreu, explicando que todas estas estratégias pretendem ajudar a “desmistificar o consumo das algas junto da população em geral e incorporá-las nas refeições diárias, como acontecia anteriormente”.

A empresa está também a criar produtos de bem-estar, dispondo de um kit de talassoterapia, em que o sal é usado como esfoliante e as algas devolvem a hidratação à pele.