Susana Romana

Putin, Rendeiro e o Festival Eurovisão da Canção

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Está a ser um fim de semana quente, com valores bastante acima dos normais para a época e um novo episódio de poeiras vindas do Norte de África. Com as alterações climáticas, temos de inventar novos provérbios. Sugiro: “Maio, quente maio, para o fim do Mundo és um ensaio”.

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Espanha tornou-se no primeiro país europeu a implementar licenças pagas às mulheres que sofrem de dores durante a menstruação. Há, claro, homens que acham esta medida profundamente injusta. Para quando licença paga por sofrer de dores por o clube ter perdido?

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E por falar em homens hormonais: Putin estará tão envolvido na guerra que está a tomar decisões militares que seriam responsabilidade de coronéis ou brigadeiros. Claramente, alguém que devia era estar a enfardar brigadeiros, dos de leite condensado, anda ali com um desequilíbrio emocional qualquer.

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A União Europeia de Radiodifusão, que organiza o Festival Eurovisão da Canção, detetou irregularidades nas votações de seis países. Quando se diz que este é um evento político, claramente também é porque já adotou os tiques de alguns regimes.

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O Festival foi ganho pela Ucrânia e os Kalush Orchestra vão leiloar o troféu em benefício de uma associação que ajuda o exército ucraniano. Mesmo assim, suspeito que o Putin ainda vai comprar o bibelô, só para dizer aos russos que ganharam a Eurovisão e que tudo o resto são fake news.

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A Suécia e a Finlândia estão oficialmente a tentar juntar-se à NATO, depois de décadas de neutralidade. Putin torna-se assim no maior influencer de sempre a convencer pessoas a juntarem-se à NATO, só falta oferecer códigos de desconto e papas de aveia grátis.

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A advogada de João Rendeiro revelou que este lhe fez “muitas exigências pouco razoáveis”, como pedir que trabalhasse sem ser remunerada ou que lhe pagasse luxos. Os tiques de banqueiro são como os sotaques: disfarçam-se, mas nunca se perdem verdadeiramente.

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Têm sido semanas terríveis para as criptomoedas. Uma das moedas tidas como estáveis, a Luna, crashou com estouro. Ótima altura para voltar a investir naqueles matutazos dos anos 1990 que vinham nas batatas fritas. Menos, não valem.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 22 de maio – número 1565 – da “Notícias Magazine”]