O medo de um novo Donbass

Rustam Minnekayev, general russo

Uma declaração altamente suspeita de um general russo e umas quantas explosões no território da Transnístria fizeram alastrar o receio de que a guerra se expanda para lá da fronteira oeste da Ucrânia.

Explosões e tiros
As recentes explosões registadas em Tiraspol (capital da Transnístria) fizeram aumentar os receios de um alastramento da guerra na Ucrânia a esta região fronteiriça. Entre os alvos das explosões, incluíram-se o edifício do Ministério da Segurança do Estado e um centro de radiotelevisão. Foram ainda relatados tiros perto de um depósito de munições russo.

A nação que não existe
Situada no extremo este da Moldávia, junto à fronteira com a Ucrânia, a Transnístria é um enclave separatista pró-russo de 3400 quilómetros quadrados e 500 mil habitantes, considerado por muitos como “a nação que não existe”. É que apesar de se ter autoproclamado como república independente face à Moldávia em 1990, nunca foi reconhecida pela comunidade internacional (nem mesmo pela Rússia).

“O controlo do sul da Ucrânia é também um corredor para a Transnístria, onde observamos casos de opressão de russófonos”
Rustam Minnekayev
General russo, a 22 de abril, invocando um argumento semelhante ao que foi usado para justificar a invasão da Ucrânia

Acusações recíprocas
Após os incidentes, Kiev acusou Moscovo de querer “desestabilizar” a área. Já a Rússia declarou-se “alarmada” com a escalada da tensão nesta região e condenou os incidentes, que classificou como “atos de terrorismo”.

1500
O número de soldados russos que se estima que estejam atualmente “estacionados” na Transnístria. O contingente russo foi enviado para a região no início da década de 1990, no âmbito de um cessar-fogo estabelecido entre a região separatista e a Moldávia, que durante anos tentou recuperar o controlo do território.