Robô vai ajudar a triar novas embalagens

O projeto GRESINT foi desenvolvido ao abrigo do Programa Interreg Espanha-Portugal

Através do projeto GRESINT, empresas e universidades de Portugal e de Espanha vão aplicar a inteligência artificial para tornar a gestão de resíduos mais eficiente.

A inteligência artificial (IA) pode ajudar a separar embalagens e a tornar as empresas de gestão de resíduos mais eficientes. Assim acreditam a Sogama – Sociedade Galega do Medio Ambiente, a Universidade da Corunha, a Associação de Municípios para a Gestão Sustentável de Resíduos do Grande Porto (Lipor) e a Universidade da Beira Interior (UBI), que se uniram para avançar com o projeto GRESINT. Os investigadores vão analisar tecnologias e dados para melhorarem as estratégias das empresas e na Lipor será instalado um robô para triar as novas embalagens que estão a surgir no mercado. Os resultados são esperados em 2026.

O GRESINT, desenvolvido ao abrigo do Programa Interreg Espanha-Portugal, conta com uma dotação orçamental de 800 mil euros para aplicar a IA ao setor dos resíduos. A tecnologia, diz Nuno Pombo, investigador da UBI que participa no projeto juntamente com Bruno Silva e Pedro Inácio, permite “potenciar a reciclagem e subprodutos, otimizando as linhas”. E, também, gerar informação para ajudar as empresas a “tomarem decisões estratégicas e serem capazes de antecipar o que vai acontecer”.

Estão previstos vários projetos-piloto. Um deles consiste na instalação de um robô na Lipor para “flexibilizar a operação de triagem”. “O mundo das embalagens está em constante evolução e surgem novas, com bioplásticos, por exemplo, e as unidades não têm flexibilidade suficiente para, de repente, conseguirem triar estes materiais. Vamos testar o robô na separação de fluxos menos representativos para, quando surgirem novas embalagens, estarmos preparados para a recuperar”, explica Helder Filipe Marques, que gere o GRESINT na empresa, adiantando que o robô deverá estar operacional em julho.

Noutro projeto-piloto, a Lipor e a Sogama vão fornecer dados dos seus sistemas de triagem para uma plataforma conjunta, onde a informação será correlacionada com ajuda das universidades, para se perceber como melhor gerir estas linhas. A Lipor até tem uma recente e com tecnologia avançada, que possui sensores que acompanham os fluxos das embalagens, detetam o peso dos materiais, consumos energéticos dos equipamentos, entre outras variáveis. Mas “só podemos tirar melhor partido dos dados se conseguimos relacionar a informação toda”, sublinha Helder Filipe Marques.