Susana Romana

A primeira-dama da Ucrânia na Web Summit, a subida de preços e o resultado das eleições no Brasil

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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E estamos em novembro, também conhecido como aquele mês em que passamos os dias todos a fazer conversa de circunstância sobre como “o tempo passa a correr” e “até já está tudo cheio de Natal, é cada vez mais cedo”. É o mês padroeiro das conversas de elevador.

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Decorreu esta semana a Web Summit, uma espécie de Expo Noivos mas para pessoas que querem casar com uma startup. Lisboa vestiu-se de cidade cosmopolita, com a verve criativa de uma Nova Iorque e os transportes públicos de Kinshasa.

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No dia de abertura houve uma palestra da primeira-dama da Ucrânia. Há influencers que fazem carreira a aproveitar-se dos filhos e depois outras que se aproveitam da guerra #tanquescomabacate

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Nos supermercados, os preços continuam a disparar, sobretudo carne, açúcar, farinha, óleo e azeite. Dado que não sobra dinheiro para viajar, isto ao menos permite aos portugueses poderem fingir que estão às compras num aeroporto, onde um café e uma nata custam 17,99 euros.

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Os supermercados têm tido avultados lucros nos últimos meses, pelo que o Governo resolveu incluí-los na medida de taxação de lucros inesperados. As empresas da distribuição vieram logo queixar-se, porque obviamente que iam usar este dinheiro extra para aumentar os seus funcionários e dar um pónei a cada um.

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No Brasil, Lula ganhou as eleições mesmo à tangente e Bolsonaro brindou-nos com aquilo que mais queríamos dele durante quatro anos: silêncio. Durante dias o ainda presidente fez-se de morto, como se fosse, sei lá, uma das vítimas da covid que ele ignorou.

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Quando finalmente discursou não pôs em causa os resultados, mas considerou “injusto” o processo eleitoral. E não pediu o fim dos protestos dos seus apoiantes, mas condenou bloqueios a estradas. Como é que o homem foge, agora que vai perder a imunidade?

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Os representantes dos patrões consideram que este não é o momento para se experimentar a semana de quatro dias, um projeto-piloto apontado pelo Governo para arrancar em 2023. Aposto que preferem o timing para aprovar a semana de oito dias, se possível dormindo numa camarata no emprego.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 6 de novembro – número 1589 – da “Notícias Magazine”]