2022, os saldos, Gouveia e Melo e o Harry Potter
Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.
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Bem-vindos a 2022, ano que começa com o país numa espécie de confinamento light. Mas não achem que não engorda, porque vai ser trancar os portugueses em casa com os restos do Natal e do Réveillon.
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Os saldos de outono-inverno, normais nesta época do ano, estão proibidos mais uma semana. Porque nada espalha tanto covid como camisolinhas de malha a 9,99.
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Estou a brincar, eu sei bem que é para evitar ajuntamentos desnecessários. Até porque o ómicron está com uma campanha muito jeitosa de “pague 1, apanhem logo 3 ou 4”.
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Estou, tal como muitos portugueses, em teletrabalho com uma criança que tem a escola fechada. Mas já aconteceu tantas vezes que já nos habituámos às novas dinâmicas. Até tentei debater estes textos com ele, mas desisti quando começou a comparar o Rui Rio à Porquinha Pepa. Pfff, é óbvio que ele é o Pocoyo.
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Falando de coisas mesmo importantes: sábado estreou a reunião dos membros do elenco de Harry Potter, 20 anos depois da estreia. É um ótimo timing, até porque com o boom de isolamentos profiláticos muitos portugueses passaram o Natal como o Harry nos primeiros livros: trancados numa divisão longe da família.
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Estamos a entrar em campanha, com eleições legislativas daqui a quatro semanas. Neste momento, tudo pode acontecer. Até podem os portugueses insistir em votar no Gouveia e Melo, mesmo sem estar no boletim, e pronto.
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O dono do Chelsea, Roman Abramovich, é cidadão português desde abril. O multimilionário russo naturalizou-se ao abrigo da lei da nacionalidade como judeu sefardita. Ele a mim parece-me mais uma pessoa safadita do que sefardita, não sei se não terá sido obra do corretor automático.
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Lembrei-me agora que podia ter aproveitado este espaço para fazer aquele clássico “previsões para 2022”, mas a verdade é que já nem arrisco nesse exercício. Se o Godzilla invadir os Aliados ou o Cabrita ganhar um coração e um cérebro do “Feiticeiro de Oz”, já mal pestanejo.