Petauros-do-açúcar são cada vez mais populares

É recomendável ter pelo menos dois

Inteligentes e dóceis, é importante ter mais do que um exemplar e garantir que a sua dieta é rica em vegetais, fruta fresca e proteína.

São pouco conhecidos em Portugal, mas o número de interessados em ter um petauro-do-açúcar como animal de estimação tem crescido nos anos mais recentes. O petauro-do-açúcar é um marsupial originário da Austrália e da Indonésia, onde vive nas árvores, em colónias com entre 11 a 15 indivíduos.

Beatriz Rosa, estudante de Medicina Veterinária em Lisboa, adquiriu as duas primeiras fêmeas em 2018. Atualmente, tem sete exemplares (machos e fêmeas), dois deles adotados. “Sempre tive uma grande admiração por estes animais, mas nunca tinha visto um na vida real. Quando a Mochi e a Yummi vieram, adaptei-me muito bem a elas.”

Comprou-as em Espanha quando tinham três meses, a idade aconselhada para afastar a cria da mãe. O período de gestação desta espécie é de 17 dias. Após o parto, a cria migra para a bolsa, onde permanece 70 dias. Só depois sai para o mundo exterior, tornando-se independente, com cerca de dois meses.

O seu nome deve-se ao facto de gostarem de alimentos doces e de terem uma membrana entre o pulso e o tornozelo que lhes permite planar. Beatriz Rosa conta que um dos seus gosta de planar a partir do varão do cortinado: “Coloco uma almofada nas minhas mãos, e lá vem ele”.

Quanto à alimentação, o aconselhável é uma dieta à base de frutas, verduras e proteína. Esta futura médica-veterinária costuma fazer uma papa com vegetais, fruta, carne cozinhada, farinha de aveia e puré de maçã. Deve dar-lhes fruta fresca diariamente e um multivitamínico.

É recomendável ter pelo menos dois. “Eles são muito territoriais e coloniais. Se viverem sozinhos, podem deprimir, automutilar-se ou mesmo morrer”, alerta. É também importante estar atento sempre que um novo membro é introduzido no grupo.

São animais noturnos, pelo que estão ativos durante a noite. “Eles emitem um som muito irritante, que pode incomodar quem tem o sono mais leve”, diz Beatriz Rosa. E acrescenta: “São muito inteligentes. É possível, por exemplo, ensiná-los a responder quando os chamamos pelo nome. É extremamente importante os donos interagirem com eles para que seja criado um vínculo entre os dois”.

Conselhos úteis

• Se só tiver machos, é aconselhável castrá-los para evitar que briguem.

• Apesar de serem animais pequenos (em adultos, medem 16 centímetros), as gaiolas para dois petauros devem ter 1,5 metros de altura e 60 centímetros de largura para que possam planar.

• No interior da gaiola, deve existir uma bolsa de velo onde possam dormir.

• Os petauros-do-açúcar não precisam de microchip nem de vacinas.

• É aconselhável levá-los ao veterinário uma vez por ano.