Criar sabores distintos para uma região, usando apenas plantas endémicas, é aquilo a que se propõe a Infusões com História.
A Infusões com História nasce de duas paixões em comum entre amigos: desportos de natureza e gastronomia tradicional portuguesa, explica Miguel Moreira, um dos fundadores da marca. Ao praticar pedestrianismo, Miguel e Valdemar Sousa interessaram-se pelas plantas que encontravam pelo caminho e pelo uso que lhes podia ser dado. Começaram a colher, a experimentar, a provar, até que decidiram converter essa paixão numa ideia de negócio.
Miguel Moreira vive numa área inserida na Rota do Românico, de que é grande adepto. Foi isso que motivou a criação da primeira gama, a Misturas do Românico, com três infusões em que se destacam a cidreira e a hortelã. A esta seguiu-se a Misturas do Rio e da Vinha, que conta com seis infusões feitas com plantas autóctones da região do Douro, como a camomila, a framboeseira e o alecrim. As ideias para o futuro passam pela criação de uma gama inspirada no Côa e outra no Porto e Vila Nova Gaia.
Apesar de existirem plantas que são encontradas em diferentes áreas do território português, o empresário refere que uma das preocupações é “nunca repetir as plantas usadas nas diferentes gamas”. O processo de seleção e refinação do produto final é meticuloso, e nele, além dos amigos e familiares que provam os chás e dão opinião, Miguel e Valdemar contam com a ajuda da professora universitária Ana Maria Carvalho, especialista em plantas aromáticas medicinais. “A junção do saber académico e do saber das gentes de cada território é muito importante para desenvolver a técnica”, sublinha Miguel.
Há ainda uma pequena seleção de produtos “muito simples, que servem para potenciar as nossas infusões”. Existe um bule e um infusor, mas a peça que destaca é um copo em barro negro de Gondar, lançado a par com a gama inspirada no Românico, da autoria de César Teixeira, oleiro conhecido por esta técnica quase desaparecida. Além de “valorizar o que é português”, a Infusões com História fala na importância de “democratizar as infusões: deixar de associar a bebida apenas ao outono e inverno; é adaptável a qualquer altura e cada vez mais a infusão se bebe fria”.