É um projeto familiar inspirado nos alegres caretos do Carnaval de Trás-os-Montes. Susana Ribeiro, estilista têxtil, Miguel Duarte, modelador de calçado, e Maria Miguel Duarte, estudante de neurofisiologia (mãe, pai e filha, respetivamente), criaram a Entrudo em 2017 em Felgueiras. Juntos idealizam sapatos com adereços feitos e aplicados manualmente. A empresa fabrica calçado feminino com aplicações de ráfia natural, franjas em lã e pele, e pequenos sinos que dão a musicalidade dos chocalhos.
O Carnaval transmontano é único e especial. O trio familiar é fascinado por este Entrudo e decidiu homenagear a tradição. Todas as peças são pensadas e produzidas em Portugal. “O calçado é inspirado nos Caretos e no Carnaval de Trás-os-Montes por ser tão rico em materiais, cores, texturas e sons”, especifica Susana Ribeiro. São sapatos, sandálias e botas, rasos ou de salto alto. Todos em pele, modelos básicos, em tom camel. “Optamos por uma cor neutra nas peles, o colorido vem dos materiais que usamos nas aplicações. Recorremos a materiais de qualidade”, refere a estilista.
Franjas e máscaras nos pés. A linha batizada de Caretos, em preto, vermelho, camel, inspira-se nos mascarados transmontanos. A homenagem da Entrudo prolonga-se no batismo. “O nome de cada modelo tem como referência, em jeito de homenagem, uma vila ou freguesia transmontanas.” As sandálias Lazarim têm quatro camadas de franjas em toda a altura do salto alto, as botas Lazarim seguem o mesmo conceito. As sandálias Lalim recorrem a sinos e ráfias coloridas na parte da frente. As burgas, de Burga, em tons rosa ou amarelo, ostentam uma generosa aplicação de lãs. As sandálias Cambres são abertas à frente e atrás e adornadas com um croché e franjas feitas em ráfia.
O calçado está à venda em várias plataformas online nacionais e internacionais e em duas lojas físicas, uma no Príncipe Real, em Lisboa, outra em Braga, a Meam (que no desfile da coleção primavera-verão do Portugal Fashion calçou Entrudo). “Os sapatos são muito festivos. Com uma roupa básica, está um look feito.”
A empresa não está apenas focada no calçado, tem também uma coleção de almofadas. Uma coleção coerente. “Seguem a mesma linha do calçado: feitas à mão, com os mesmos materiais, texturas e aplicações, transpondo as nossas tradições para a decoração do lar. Assim como nos sapatos, as vilas e freguesias transmontanas dão nome a todos os modelos.” As costas são 100% naturais, em linho ou algodão, as frentes são em pele ou em tecidos com aplicações semelhantes às do calçado. O preço médio do calçado ronda os 150 euros, o das almofadas 70 euros.
