A vacinação, o Natal e as orgias em Bruxelas
Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.
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Se este fim de semana o apanha na correria das compras, relaxe: segundo os conselhos da DGS para este Natal, basta fazer uma compota e encontrar-se com os familiares no vão da escada para a entregar. Recomendo o uso de um taco e luva de basebol, para o arremesso em segurança do frasco.
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Tudo isto a propósito da já mítica conferência de imprensa de Rui Portugal, subdiretor geral da Saúde. Eu achei brilhante pedirem ao Herman José para fazer um sketch com as dicas, foi da maneira que toda a gente partilhou.
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Rui Portugal sugeriu ainda que não é obrigatório que o Natal se comemore na ceia de Natal, dando o exemplo de sua casa, em que fazem pequeno-almoço de Natal. Portanto, há grupos de 20 pessoas que se iam juntar para comer peru que ficaram convencidas que mais vale juntarem-se 20 pessoas para comer um pão com Planta. Muito elucidativo.
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O subdiretor da DGS disse ainda para se evitarem as cozinhas. Em caso de dúvida, portanto, mande vir tudo pronto pela Uber Eats. Ou assem um porco no quarto dos mais pequenos, por exemplo.
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Outro conselho: moderar consumos de substâncias que potenciam “maiores afetividades”. Leia-se: não deixar ninguém aproximar-se daquela garrafa de bagaceira. Esta medida diminui logo as concentrações de pessoas, porque há familiares que é impossível uma pessoa aturar sóbria.
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Foi mais uma orgia desmantelada em Bruxelas, a terceira em três semanas. Preocupante? Nem por isso: desde que sejam orgias ao pequeno-almoço, num vão de escada ou que envolvam fetiches com compota, está tudo bem, certo?
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A vacinação em Portugal pode começar ainda em 2020. Devia começar amanhã, e ser a prenda de amigo secreto que calhava a toda a gente, até porque ninguém precisa de mais uma caneca da Tiger.
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Só que apenas 61% dos portugueses querem tomar a vacina assim que possível. Eh pá, o truque é meterem-na como merchandising grátis no Rock In Rio, e até fazem fila para a levar na testa.