O stress térmico bate recordes e o Planeta agoniza

A exposição prolongada ao stress térmico é particularmente perigosa para as pessoas vulneráveis

Se ainda há quem questione a emergência climática, os dados de 2023 ajudam a dissipar dúvidas. Entre ondas de calor escaldantes e inundações catastróficas, o prognóstico é tudo menos risonho. 

5.º
O verão de 2023 foi o quinto mais quente na história da Europa. No entanto, segundo um relatório conjunto do Serviço Europeu de Monitorização das Alterações Climáticas (Copernicus) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, foi registado um número recorde de dias com “stress térmico extremo”.

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Ainda segundo o mesmo documento, a Europa está a aquecer duas vezes mais depressa do que a média global.

“Este aumento da mortalidade [motivado pelas ondas de calor extremas] está a afetar a grande maioria das regiões europeias. É uma grande preocupação”
Álvaro Silva
Climatologista da Organização Meteorológica Mundial

Idosos correm risco acrescido
A exposição prolongada ao stress térmico é particularmente perigosa para as pessoas vulneráveis, como os idosos ou pessoas com problemas de saúde pré-existentes. Ainda não há dados relativos aos óbitos na Europa por calor extremo no ano passado, mas, a avaliar pelo cenário ocorrido noutros verões sufocantes, estima-se que dezenas de milhares de pessoas tenham morrido.

13,4 mil milhões
É o custo económico (em euros) dos fenómenos extremos ocorridos em 2023. Cerca de 80% do prejuízo foi causado pelas inundações.