Sinistralidade: os números alarmantes das estradas portuguesas

Texto de Alexandra Pedro | Fotografia DR

Mais mortes nas estradas, mais acidentes e mais feridos leves. Estas são as mais recentes conclusões da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, que compara os registos das sinistralidades de 1 de janeiro de 2018 a 7 de abril em relação ao mesmo período de 2016 e 2017. Estes dados dizem apenas respeito aos acidentes que acontecem em Portugal continental.

Só este ano já morreram 123 pessoas nas estradas portuguesas, sendo que o maior número (21) se registou na região de Setúbal, seguindo-se Lisboa (14) e Porto (13). Em 2016, no mesmo período de tempo, morreram 120 e em 2017 o número baixou para 2016.

É nas estradas nacionais que se registam a maior parte dos acidentes com vítimas mortais ou com maior índice de gravidade

O número de acidentes ferroviários é igualmente superior: em 2016 registaram-se 33.941 acidentes, diminuindo para 32.600 no ano seguinte. Já em 2018 o número voltou a crescer: 34.211.

O número de feridos leves também sofreu um aumento, passando de 9.621 (2017) para 9.703 (2018).

As condições climatéricas, a condução sob o efeito de álcool e drogas ou a fadiga são alguns dos «fatores de risco» apontados pela Prevenção Rodoviária Portuguesa, bem como a utilização do telemóvel ou a velocidade.

Em Lisboa, os acidentes nas principais vias são uma constante. De acordo com a informação disponibilizada pela Prevenção Rodoviária Portuguesa ao Diário de Notícias, a Segunda Circular – onde esta terça-feira um acidente com um camião obrigou ao corte total das vias pelo menos dez horas – é a mais perigosa. Os números são alarmantes: entre 2010 e 2016 ocorreram 838 acidentes, registando-se 12 vítimas mortais e 25 feridos graves.

Segue-se nesta lista o Eixo Norte-Sul, com 742 acidentes e sete mortos, e a Avenida Infante Dom Henrique, onde foram anotados 443 sinistros e cinco vítimas mortais.

Em dezembro último, o Plano Estratégico de Segurança Rodoviária (PENSE 2020) dava conta dos problemas rodoviários que existem em Portugal, com o objetivo de delinear uma estratégia de combate à sinistralidade.

A Estrada Nacional 1, que liga Lisboa-Porto, é a mais mortífera, contabilizando, entre 2010 e 2015, 75 mortos e mais de
1730 acidentes

O relatório, com base em dados desde 2010, identificou ainda quais as estradas portuguesas com registo de mais mortes. «Em média anual, neste período entre 2010 e 2015, os arruamentos e as estradas nacionais representaram conjuntamente, cerca de 80% dos acidentes ocorridos, com particular destaque para os primeiros, nos quais se registaram, em média, 58,5% dos sinistros», pode ler-se no documento.

É nas estradas nacionais que se registam a maior parte dos acidentes com vítimas mortais ou com maior índice de gravidade. Só 9,2% acontecem em autoestradas ou estradas municipais.

A Estrada Nacional 1, que liga Lisboa-Porto, é a mais mortífera, contabilizando – entre 2010 e 2015 – 75 mortos e mais de 1730 acidentes. Segue-se a EN125 – que vai de Vila do Bispo a Vila Real de Santo António – somando 1704 acidentes, dos quais resultaram 66 vítimas mortais.

Veja a fotogaleria e conheça os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária de janeiro a abril deste ano.