A mudança de hora devia acabar? Bruxelas está a recolher opiniões

Duas vezes por ano – nos últimos domingos de março e de outubro – os cidadãos da União Europeia ajustam os relógios (e as vidas) a novos horários (de verão ou de inverno). A alteração não é consensual e volta, agora, a estar na ordem do dia.

A Comissão Europeia lançou, recentemente, uma consulta pública destinada a avaliar a opinião dos europeus: afinal de contas, faz ou não sentido haver mudança de hora? O questionário online, disponível em todas as línguas, pode ser preenchido até 16 de agosto.

No texto que introduz o inquérito, a Comissão Europeia explica que a iniciativa surge no âmbito de uma série de observações feitas pelos cidadãos, que mencionam “impactos negativos na saúde” associados a esta questão. Especialistas em cronobiologia e medicina do sono têm vindo a alertar para os riscos da mudança de hora, responsável por alterações do sono, do estado de ânimo e de capacidades cognitivas como a memória.

Face aos resultados da votação, Bruxelas vai optar por manter o horário de verão atualmente em vigor ou acabar com a alteração de hora em todos os estados-membros. De realçar, todavia, que essa mudança não teria qualquer efeito no fuso horário de cada país.

Mas, afinal de contas, sabe porque é que a hora muda? A explicação remonta à I Guerra Mundial, altura em que o consumo de energia foi bastante canalizado para o esforço de guerra. A dada altura, os cidadãos começaram a ter dificuldades em garantir o aquecimento e a iluminação das habitações, já que era preciso poupar carvão.

Foi, por isso, avaliada a hipótese de mudar a hora, de forma a conseguir-se mais luz natural e temperaturas mais elevadas. A medida foi implementada em vários países em 1916, da Alemanha (autora da proposta) a Portugal. Será que, agora, mais de cem anos depois, a alteração horária continua a fazer sentido?