Texto de Ana Sofia Reis
Tian Haicheng, chinês, viajava num táxi quando o veículo caiu numa vala. Com o acidente, que aconteceu em 2016, perdeu os movimentos da cintura para baixo. Seis meses depois, a esposa abandonou Tian e a filha de ambos. Segundo a agora ex-mulher, não seriam mais que uns dias em casa da mãe. Acabou por não voltar e levou o filho com ela.
Jia Jia tem seis anos e ficou com o pai. Desde aí tem sido o maior apoio de Tian, que depende da menina para tudo. Levanta-se às seis da manhã para massajar os músculos do pai durante meia hora antes de ir para a escola. Ainda lhe escova os dentes e lava-lhe a cara.
Quando está em aulas são os avós, agricultores, que tratam de Tian. À noite, quando chega a casa, é Jia Jia que dá o jantar ao pai e o ajuda a movimentar-se pela casa.
A menina até a barba lhe faz: “No início, eu não sabia como o barbear e acabei por lhe fazer cortes. Até sangrou. Mas o meu pai disse que não era doloroso. Agora sou muito boa a fazer a barba. A minha avó diz que eu faço muito bem.” Quando perguntam se sente falta da mãe, Jia Jia diz que não, uma vez que esta os abandonou quando Tian mais precisava dela. Em contrapartida, sente a falta do irmão.
Tian criou uma conta na “Kuaishou”, uma aplicação com transmissão ao vivo, para mostrar a atenção e o cuidado que a filha tem com ele. Já conta com mais 480 mil seguidores.
https://youtu.be/wdLZcV5r_Nk
