Bactérias, elas estão em todo o lado

Texto Sara Dias Oliveira | Fotografia Shutterstock

Têm uma estrutura celular bastante simples, nem sempre têm as mesmas características porque gostam de variar de forma e tamanho, podem viver isoladas ou em colónias. As bactérias não nos largam. Estão em todo o lado, para o bem e para o mal. O mundo delas é o nosso mundo.

Adaptam-se facilmente ao meio ambiente, sobrevivem nos lugares mais improváveis de temperaturas extremas, de muito calor ou muito frio, podem viver em salinas. «São capazes de se orientarem em relação ao eixo da Terra como bússolas, de usar azoto diretamente do ar e de produzir metano, de transferir genes entre si», adianta Salomé Gomes, investigadora na área de microbiologia e professora do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto.

As bactérias existem há mais de mil milhões de anos. Evoluíram e diversificaram.

Umas respiram, outras não, são muito espertas e orientam-se. Têm mais de mil milhões de anos de existência e durante este imenso tempo aprenderam como sobreviver. Há muitas e de diversos tipos.

«A diversidade de espécies de bactérias é incomparavelmente maior do que a diversidade dentro dos animais, por exemplo», diz a investigadora. Com ou sem ar, não há muita coisa que as demova. Basta imaginar um processo que produza energia e há sempre uma bactéria capaz de usá-lo.

As bactérias são capazes de se transformarem em esporos e resistir milhões de anos de forma latente.

Podem ser boas ou podem ser más. Podem provocar doenças muito graves. Mas também podem ser usadas para produzir medicamentos, «degradar poluentes, produzir energia.» E há ainda as que resistentes a antibióticos. São as superbactérias que ganham superpoderes, fazem frente a antibióticos, não morrem, multiplicam-se e passam os genes de resistência às gerações que se seguem.

Segundo dados recentes, a resistência aos antibióticos já mata cerca de 700 mil pessoas por ano em todo o mundo. Há, todavia, estimativas preocupantes que alertam que as mortes, por essa causa, poderão chegar aos 10 milhões em 2050. O aviso já chegou à comunidade científica.