Com o terceiro período a terminar e testes e provas e exames à porta, exige-se mais dedicação ao estudo. Mas nem sempre o número de horas de dedicação se converte em melhores resultados. Tanto esforço, para tão poucos resultados, traz o desânimo e a desmotivação. O que fazer?
As competências de estudo começam a ser trabalhadas informalmente desde muito cedo e são cada vez mais importantes à medida que se avança na escolaridade. São competências importantes para ter sucesso na aprendizagem, facilitam a adaptação ao ensino superior e, mais tarde, as capacidades de organização e autodisciplina vão contribuir para o desempenho no local de trabalho.
Muitos dos estudantes que não são ensinados a estudar chegam ao ensino secundário sem competências de estudo adequadas e veem os seus resultados ficar aquém das suas capacidades e do seu esforço. As competências de estudo passam por aprender a tomar notas, resolver questões dos testes, gerir o tempo, conseguir organizar-se e autorregular emoções e comportamentos. A palavra «estudar» é muitas vezes acompanhada de desânimo. Sabemos que motivação é uma porta aberta para o sucesso, mas como conseguimos ajudar os nossos filhos a manterem-se motivados?
A motivação é um fator decisivo no processo ensino-aprendizagem.
Numa fase inicial da aprendizagem é frequente a criança estudar motivada por fatores extrínsecos, como por exemplo para agradar aos pais e/ou ao professor, obter algum prémio ou evitar castigos, ou ainda para competir com os colegas.
Aqueles que têm uma motivação intrínseca estudam em função de uma meta estabelecida a longo prazo, responsabilizam-se pela sua aprendizagem e estabelecem objetivos pessoais concretizáveis e verdadeiramente realistas. São os alunos que se responsabilizam não só pelos resultados positivos, mas também pelos seus fracassos. Revelam um maior autoconhecimento e conseguem selecionar as estratégias mais adequadas para si próprios e reajustá-las sempre que seja necessário fazê-lo.
Ensinar a estudar é um trabalho de equipa, assente numa colaboração entre filhos, pais e professores. Deve haver partilha de conhecimentos, fomentando a continuidade do trabalho escola-casa. Mas a participação ativa não significa que os pais se substituam à escola ou ao filho. Quando um pai assume o papel de tutor, a criança pode perder um excelente pai para ganhar um mau professor. E esta é uma má troca.
*Parceria NM/CADIn – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil. Carolina Champalimaud é psicóloga clínica do CADIn e Leonor Ribeiro é técnica superior de Educação Especial e Reabilitação do CADIn.