Há uma nova fornada de beldades no cinema americano que movimenta milhões e faz correr rios de tinta nas revistas. São bonitas, sexy e têm rostos cinematográficos. E são magras. Muito magras. A nova ditadura de Hollywood não permite curvas nem admite as «mulheres de medidas reais». Até quando?
A nova geração de atrizes movie star em Hollywood tem de ter, obviamente, um rosto de beleza imediata. Mas, mais importante, não pode ter muita carne. Cada vez mais, às estrelas que conhecemos exige-se que sejam magríssimas. E isso não é necessariamente bom, face aos passos que a indústria da moda e do showbiz têm dado ultimamente. Mas são as regras de Hollywood.
Mesmo as sex symbol mais conhecidas, como Cameron Diaz, Kate Beckinsale ou Anne Hathaway, têm de obedecer ao modelo pretendido: magreza extrema. Elegância em Hollywood, ou para as suas câmaras, quer dizer trinca-espinhas. Quase não há exceções – Kate Winslet, claro, é uma delas.
Mulheres com curvas generosas ou um peso, digamos, normal, estão proibidas de entrar. As mulheres em Hollywood estão confinadas ao mais cruel dos regimes. Na classe 2015, existem até casos que ao vivo parecem escanzeladas. Sabe-se que os realizadores e diretores de fotografia procuram ângulos que podem eventualmente conferir uns quilitos a mais… Isso pode explicar alguma dessa paranoia, mas começam a ser frequentes os casos de atrizes que deixam de estar na berra por terem uma certa idade e, mais importante, um certo peso. Ashley Judd, conhecida de filmes como Beijos Que Matam e Divergente, foi um desses casos, embora a questão do peso a mais seja sempre um tema recorrente. Que o diga Renée Zelwegger, uma mulher elegante que chegou a ser acusada de estar «gorda». Agora o seu problema é outro: plásticas. Toda esta questão é bastante complexa. Será, no fundo, uma questão de poder masculino, capricho fashion e em linha com os ditames dos conceitos de beleza das modelos do mundo da moda? Há coisas que não se explicam mas que criam uma corrente.
Dos novos rostos, são muitos os que se destacam. E já que se fala de magreza surreal, comecemos com Cara Delevingne (na foto), a modelo que está a conquistar Hollywood. Um olhar felino, um carisma de menina-mulher e, claro,o corpo de zero calorias. Chega a ser sensual? Essa é a pergunta do milhão de dólares. Mas os estúdios acreditam que ela é a próxima next big thing para os adolescentes que compram bilhetes de cinema que se fartam. Já a vimos em Cidades de Papel e, nestes dias, está nos cinemas a interpretar as sereias que Peter Pan vê em Pan: Viagem à Terra do Nunca, prequela da história de J.M. Barrie.
De perto, de muito perto, há uma australiana a fazer-lhe sombra: Margot Robbie, descoberta por Martin Scorsese em O Lobo de Wall Street. Uma atriz que não exala sensualidade. Exala sexo, ponto final. Em Os Últimos na Terra, quase a chegar aos nossos ecrãs, mostra que pode ser tão sexual como a última mulher do planeta. Robbie evoca aquele tipo de beleza indomesticável que nos lembra Charlize Theron nos primeiros tempos. Tem pinta, tem muita pinta.
E como Hollywood gosta de modas, a sueca Alicia Vikander, magra como um espeto, claro, é a atriz que está em todos os filmes. Vimo-la recentemente em O Agente da U.N.C.L.E., mas já está aí nos cartazes das próximas estreias como A Rapariga Dinamarquesa e À Procura de Uma Estrela. Tem um ar de boa rapariga que se porta mal. Conquistou meio mundo pela maneira autêntica como tornava ameaçador o seu erotismo em Filho do Crime, estimável thriller com Ewan McGregor que, por cá, foi lançado às escondidas este ano.
Impossível não fazer uma ronda pelas novas atrizes sexy de Hollywood sem mencionar a tão falada (na maioria dos casos com pé atrás) Dakota Johnson, a heroína de As Cinquenta Sombras de Grey, atualmente nos cinemas com Black Mass (Jogo Sujo). A filha de Melanie Griffith não tem o savoir faire da mãe e há quem diga que tem ar de pãozinho sem sal, mas no Festival de Veneza brilhou alto (sem roupa, diga-se), na comédia erótica A Bigger Splash, onde era uma lolita muito convincente ao sol de uma ilha no Sul de Itália.
E AINDA…
Olivia Munn É alta, felizmente não excessivamente magra, mas tem um problema; os seus papéis em O Excêntrico Mortedecai e Homem de Ferro 2 ainda não nos provaram que é atriz.
Elizabeth Olsen A irmã mais nova das gémeas Olsen tornou-se atriz de sucesso. Tem uma postura de classe, estilo e um lado sedutor quase fatal. Vimo-la em Avengers – A Idade de Ultron mas foi em Martha Macy May Marlene que ficámos com um fraquinho por ela.
Brie Larsson A mais atriz deste lote. Porém, pode também jogar com a sensualidade, frágil e discreta. Fala-se que em Room pode estar na corrida para os Óscares. No filme está destroçada e muito chorosa, nas passadeiras vermelhas apareceu sempre com os tais quilos a menos e de saltos altos.
Rosie Huntington-Whiteley Outra das atuais tendências de Hollywood: ir buscar supermodelos. Rosie ainda não mostrou que sabe representar mas ajudou a dar bom aspeto ao penúltimo Transformers e ao último Mad Max.
Emma Stone A nova darling de Woody Allen (entra em Homem Irracional) corresponde à gaveta das mulheres «giras» ou «queridas». O mulherão fogoso de Hollywood não mora aqui, mas daqui a uns anos é capaz de se reinventar. Imensa atriz…