Pedro Tomé Aleixo, mentor do Grupo Ajudar o Próximo (GAP), vai buscar roupas, eletrodomésticos e outros bens a casa de quem já não os quer e entrega-os a quem precisa.
Numa altura em que a adesão ao Facebook era ainda tímida, a atividade de Pedro Tomé Aleixo na rede social era restrita a jogos de póquer com um par de amigos, salvo os momentos de curiosidade que o levavam a outras páginas virtuais. Nessas deambulações, reparou numa lacuna: «Faltava um grupo que servisse de intermediário entre as pessoas que têm coisas em bom estado e que já não precisem delas e as pessoas a quem essas coisas pudessem dar jeito.» A ideia começou a germinar em 2009. Partilhou-a com uma amiga, Anabela Luís, e juntos concretizaram-na há dois anos, com a criação do GAP – Grupo Ajudar o Próximo, no Facebook (www.facebook.com/groups/GAProximo/), com cerca de 11 mil seguidores na rede social.
Jorge Manuel Ferreira, no Porto, Anabela, em Cascais, e Pedro, em Lisboa, são poucos para atender todas as solicitações. «Precisamos de pessoas que possam responder aos pedidos a sul e nas ilhas, onde não temos ninguém.» Precisam de voluntários e de muitos dadores, porque os necessitados, esses, aumentam de dia para dia com a crise. A dinâmica do GAP é simples: quem tiver alguma coisa para dar, como um micro-ondas, um ferro de engomar ou mesmo roupa («a de criança é a que tem mais procura»), vai à página de Facebook do grupo, na qual escreve o que tem para dar. Quem precisa faz o mesmo, escreve o que precisa ou dá uma vista de olhos na página a ver se encontra. Depois, consoante os pedidos sejam do norte, centro ou sul do país, Pedro e os outros administradores vão a casa dos dadores, recolhem os objetos, e entregam-nos na casa de quem os pediu. Tudo a expensas deles.
Mas este professor de matemática não ajuda os outros só no âmbito do GAP. Também dá explicações gratuitas da sua disciplina na Escola de Jardinagem e Calceteiros aos filhos dos funcionários da Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do projeto SOS Matemática.