Texto NM | Fotos da Shutterstock e Patrick T. Fallon/Reuters
Muito pior do que terminar o curso e não ser capaz de arranjar trabalho é não dar às mulheres a liberdade de cumprirem as suas ambições se estiverem para aí viradas, as asas permanentemente a serem-lhes cortadas. «Elas são tão capazes e enérgicas e inspiradoras quanto os homens», disse a atriz britânica Helen Mirren na cerimónia de formatura da Tulane University, em Nova Orleães, EUA, onde foi convidada a discursar este sábado. Os aplausos da jovem assistência não tardaram nem falharam.
«Quando as mulheres são respeitadas, quando lhes é dada a possibilidade de perseguirem os seus próprios sonhos, a vida torna-se melhor para toda a gente.»
«O feminismo não é uma ideia abstrata e sim uma necessidade se todos nós, homens incluídos, quisermos andar para a frente em vez de retroceder, movidos pela ignorância e uma inveja medrosa», sublinhou ainda a Dame da Ordem do Império Britânico (o equivalente ao Sir para cavaleiros), vencedora de um Óscar da Academia pelo seu papel no filme A Rainha (2006).
Helen nunca se definiu a si mesma como feminista, embora agora que olha para trás, aos 71 anos, perceba que se comporta como tal há décadas. «Acreditava no óbvio: quando as mulheres são respeitadas, quando lhes é dada a possibilidade de perseguirem os seus próprios sonhos, a vida torna-se melhor para toda a gente», diz.
«Agora, não só me declaro feminista como vos desafio a fazerem o mesmo.»
Via-o em cada país que visitava, da Suécia ao Uganda, de Singapura ao Mali. Custava-lhe integrar o movimento por lhe parecer «demasiado didático e político», até constatar que o rótulo era o que menos importava quando, na prática, sempre se bateu pela igualdade de oportunidades.
«Agora, não só me declaro feminista como vos desafio a fazerem o mesmo», incentivou a atriz, que presenteou ainda os universitários com os seus cinco mandamentos para a felicidade.