Susana Romana

Os debates para as legislativas, as baixas de agentes e o dinheiro apreendido na Operação Influencer

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Esta semana foi marcada pelo início dos debates para as legislativas, distribuídos pelos três canais. Aparentemente só vão estar presentes os representantes dos partidos, mas se calhar também devia ir alguém do Ministério Público.

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É suposto os debates servirem para esclarecer o eleitorado, mas na verdade tornam-se numa espécie de “The Voice”: um espetáculo televisivo no qual vence quem consegue projetar a sua voz acima da do adversário. Era de meter a Catarina Furtado a apresentar.

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Neste modelo, os debates têm apenas meia hora, o que é claramente pouco. Há vídeos do youtuber Windoh a mostrar o carro novo mais longos que isso – e digamos que prefiro democracia a jantes de liga leve.

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As próprias eleições podem estar em risco, com o Sindicato Nacional da Polícia a ameaçar que não existirão agentes para assegurar o sufrágio. Uma polícia que acha que é na boa as pessoas não irem votar parece-me uma maneira muito irónica de celebrar os 50 anos do 25 de Abril.

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Foi muito falada a série de baixas médicas de agentes que ditaram o adiamento de jogos de futebol, assim como provocaram constrangimentos no aeroporto. Em época de chegada de novas contratações, os clubes são duplamente penalizados se os jogadores ficarem retidos no Terminal 2.

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O ex-líder do PAN, André Silva, desfiliou-se do partido, alegando que o mesmo “perdeu a coluna vertebral” ao apoiar o Governo Regional da Madeira. Antes chamavam ao PAN o “partido dos gatinhos”, mas sem coluna vertebral tem de ser “o partido do caracol” – sobretudo quando pode carregar a manutenção de governos às costas.

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Foi anunciado na Assembleia Municipal do Porto que vão ser tomadas medidas para a “inviabilização dos ovos” de gaivota. A culpa é das próprias gaivotas, pois se pusessem uns ovos que dessem para escalfar e meter numa tosta de abacate, teriam mais do que lugar na Invicta.

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Vítor Escária, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro, declarou, em sede de IRS, os 75 800 euros apreendidos na residência oficial de António Costa, no âmbito da Operação Influencer. Era difícil de esconder, depois de terem sido declarados amplamente em sede de outdoors do IKEA.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 11 de fevereiro – número 1655 – da “Notícias Magazine”]