Marcelo, os “comportamentos rurais” de Montenegro e a lentidão oriental de Costa

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Marcelo Rebelo de Sousa teve um jantar com jornalistas estrangeiros e, como bom anfitrião, achou que não devia haver banquete sem um show. Por isso, fez um divertido espetáculo de stand-up, qual Batanete de Belém.

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Nesse show disse que Montenegro tinha “comportamentos rurais”. O que me leva a achar que o atual primeiro-ministro deve ter chegado ao pé dele com um look Tom Sawyer, de chapéu de palha e pés descalços.

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Montenegro é, como se sabe, de Espinho, essa localidade onde só passam tratores e onde nem sequer há televisão a cores. O presidente bem pode ler muitos livros, mas às vezes parece saber pouco para lá do que sai das fronteiras de Cascais e do balcão da Santini.

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Já sobre Costa, Marcelo disse no mesmo jantar que era lento por ser oriental. Só sou eu que tenho a sensação de que o presidente ficou a dois copos de vinho de confessar que sempre que reunia com o ex-primeiro-ministro ficava com vontade de comer caril de gambas?

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Marcelo conseguiu ainda causar uma cisão com o Governo ao falar de reparações históricas às ex-colónias. O presidente da República em fim de mandato parece aquelas avós que quando acham que vão morrer em breve começam a dar ao desbarato tudo o que têm em casa. “Gostas dessa jarra? Leva!”

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Lento ou não, uma sondagem deu Costa como favorito às presidenciais de 2026. Se acabar em Belém, fará questão de não ter uma única prateleira, pois já se sabe que é o mobiliário que lhe traz chatices.

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Na mesma sondagem, seguem-se os nomes de Guterres e de Passos Coelho. Aposto que Sebastião Bugalho está surpreendidíssimo por não ver o seu nome na lista, convencido que está de que tem o Mundo a seus pés.

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Foi exonerada a gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa por se ter revelado “incapaz” perante os graves problemas da instituição. De facto, quando se mete a mãozinha por baixo de alguém que não se orienta costuma-se dizer “olha que isto não é a Santa Casa!”. Para Ana Jorge, já não é mesmo.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 28 de abril – número 1666 – da “Notícias Magazine”]