Susana Romana

O Dia de Reis, as três oferendas para 2024 e a Palavra do Ano 2023

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Ontem foi o fim oficial das festividades, o Dia de Reis. Trouxeram-nos três oferendas para 2024: incerteza, inflação e guerra. Quem diria que ainda íamos ter tantas saudades da tão esnobada mirra.

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O Dia de Reis tem mais relevo em Espanha do que em Portugal. Foi por isso com alívio que constatei que o Luis Rubiales não tentou beijar o Gaspar ou o Melchior na boca.

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Foi também o dia em que é tradicional desmontar a árvore de Natal. O que é um bom treino, já que suspeito que este ano corremos também o risco de desmontar o país.

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Com uma semana de ano novo, muita gente já percebeu que não vai conseguir cumprir as suas resoluções para 2024. Não está a ir ao ginásio como prometeu? Não faz mal, viver em perpétuo estado de ansiedade por causa da habitação queima imensas calorias.

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Desde sexta que o IVA foi reposto em 46 produtos essenciais, somando-se ainda uma atualização generalizada do preço de vários produtos. Espero que no Natal tenham recebido uma nota da avozinha: “toma lá 20 euros para comprares um pacote de esparguete”.

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Por outro lado, a taxa de quatro cêntimos sobre os sacos de plástico muito leves, usados para transportar fruta ou pão nos supermercados, ainda não entrou em vigor por razões “operacionais”. Aproveitem, saquinhos de plástico à Gomes de Sá fica muito em conta.

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“Professor” ganhou a votação da Porto Editora para Palavra do Ano 2023. Ainda bem, ou metiam-se em autocarros e vinham para o Terreiro do Paço.

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Uma sondagem diz que a maioria dos portugueses “não leva muito a sério” as suspeitas sobre António Costa no âmbito da Operação Influencer. Já não é qualquer coisa que faz os portugueses vibrar desde que quiseram saber quem matou o António na novela da TVI “Ninguém Como Tu”.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 7 de janeiro – número 1650 – da “Notícias Magazine”]