A morte de Alexei Navalny num mar de caos sem fim

Manifestação pela morte de Alexei Navalny, opositor de Putin, à porta da embaixada russa, em Lisboa

O principal opositor de Putin morreu na prisão, na Sibéria, onde estava detido desde dezembro. A um mês das eleições no país. E a investigação às causas da morte está para durar.

A queda da esperança
Alexei Navalny, 47 anos, líder da Oposição na Rússia, ativista anticorrupção que quase morreu envenenado em 2020 e que regressou ao país de livre vontade, sabendo que seria preso, morreu numa prisão no Ártico a 16 de fevereiro. Segundo Moscovo, sentiu-se mal e caiu inanimado. E com ele caiu a esperança de toda a Oposição russa. Os líderes ocidentais não tardaram a apontar um único culpado: Vladimir Putin.

A investigação
O Ocidente reclama uma investigação e a viúva, Yulia Navalnaya, acusa Putin de ter matado o marido e pede à União Europeia ações, que já prometeu novas sanções. Mas as respostas não chegarão a breve trecho. O corpo de Navalny não foi entregue à sua família e, de acordo com a lei russa, pode ser mantido para perícias até um mês após a data da morte. A equipa de Navalny considera que “o Kremlin mostra os dentes, nega e ganha tempo, escondendo o seu crime”.

 

“Não temos dúvidas nenhumas que Navalny morre porque o regime que Putin criou levou à sua morte”
João Gomes Cravinho
Ministro dos Negócios Estrangeiros

As eleições
As eleições para a presidência da Rússia realizam-se de 15 a 17 de março e acredita-se que a morte de Navalny (que denunciou a corrupção no Kremlin) seja uma demonstração de força, um sinal de que Putin não tolerará qualquer oposição.

400
Mais de 400 pessoas foram detidas em 36 cidades da Rússia, por prestarem homenagem a Alexei Navalny. Muitas delas foram condenadas a penas de prisão até 14 dias por violarem as leis de manifestação.