Susana Romana

O caso Rubiales, Marques Mendes candidato e o curso de Engenharia Aeroespacial

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À hora que escrevo Rubiales ainda não se demitiu, mas já ficou sem ordenado, sem carro oficial e sem computador da Federação. E é na retirada do computador que pode estar a solução. Já vimos isto antes: tiram-lhe o computador, ele atira uma bicicleta a uma janela e é levado pelo SIS. Fim.

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Entretanto, a mãe de Rubiales fechou-se numa igreja, em greve de fome como protesto contra a controvérsia que rodeia o filho. Não deixa de ser irónico: uma pessoa que não come como reação a alguém que não sabe o que não deve abocanhar.

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Um ecrã gigante caiu em cima de uma tuna, durante uma cerimónia de abertura de um campeonato de râguebi. O incidente provocou 15 feridos, todos considerados ligeiros. Felizmente, se há gente habituada a dores de cabeça, por causa das ressacas, é a gente das tunas.

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A violência juvenil vai passar a ser considerada uma prioridade da política criminal. A delinquência juvenil cresceu 51% em 2022, sobretudo em jovens dos 12 aos 16 anos. Mas, se tivermos em conta que aos 17 ou 18 anos não vão ter dinheiro para alugar um quarto para ir estudar, ir gamando carteiras até lá pode não ser mau investimento.

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O diretor do Museu Britânico vai deixar o cargo, depois do roubo de mais de 1500 objetos valiosos pertencentes à coleção da instituição. Se bem que é um daqueles casos em que “ladrão que rouba ladrão, tem ainda mais 100 sarcófagos no porão”.

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Marques Mendes assumiu o seu possível interesse em ser candidato à Presidência da República. Provavelmente, convicto de que também ele vai ser popular à pala de um comentário de domingo. Será que vamos acabar com uma versão travel size do Marcelo, que pode ir na mala de mão?

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Sobre o tema, Marques Mendes elucidou: “Nunca na minha vida falei com Luís Montenegro sobre eleições presidenciais, não há nada a falar, não há qualquer acordo”. É normal que não tenha falado com Montenegro. Como em todo o resto, está ali à nora, à espera que Passos Coelho se farte de estar a dar aulas.

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O curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade do Minho ocupa o primeiro lugar das notas de entrada na faculdade. O último colocado entrou com 18,86 valores. É normal que os jovens sintam apelo por um curso aeroespacial. O único local onde talvez consigam um dia comprar uma casa é mesmo Marte. No Cacém já não dá.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 3 de setembro – número 1632 – da “Notícias Magazine”]