Mário Centeno outra vez no olho do furacão

Mário Centeno, ex-ministro das Finanças

Depois de uma polémica nomeação para governador do Banco de Portugal, o ex-ministro das Finanças volta agora à berlinda por causa de um convite para assumir a chefia do Governo.

O convite
Foi o próprio António Costa, primeiro-ministro demissionário, que revelou ter convidado Mário Centeno, simpatizante socialista, ex-ministro das Finanças do PS e atual governador do Banco de Portugal, para liderar o Governo. No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa foi por outra via: dissolveu o Parlamento.

As críticas
A notícia do convite ao governador do Banco de Portugal mereceu um rio de críticas por parte da Oposição. Vários partidos vincaram que o mesmo põe em causa a independência de Mário Centeno enquanto supervisor bancário. PSD, Chega e Iniciativa Liberal pediram mesmo a demissão de governador do antigo ministro das Finanças.

“Fica provado que Mário Centeno não consegue despir a camisola do PS”
Inês Sousa Real
Deputada do PAN

Declaração polémica
Depois de se saber que a comissão de ética do Banco de Portugal avaliaria a sua conduta, Centeno deu uma entrevista ao “Financial Times” em que disse ter recebido “um convite do presidente e do primeiro-ministro” e garantiu ter estado “muito longe de chegar a uma decisão”. A questão é que o chefe de Estado logo veio garantir que não lhe endereçou qualquer convite. E Centeno viu-se obrigado a emendar a mão: não houve convite do PR, assentiu, frisando, no entanto, que o desafio lhe foi lançado por Costa, na sequência de conversas tidas com Marcelo.

2.ª
Esta é a segunda vez que a independência de Mário Centeno face aos socialistas é amplamente questionada. Já quando foi nomeado governador do Banco de Portugal, em 2020, foi fortemente criticado, em nome de um eventual conflito de interesses. Na altura, a IL chegou mesmo a interpor (sem sucesso) uma providência cautelar para travar a nomeação.