Comunidade A Avó Veio Trabalhar: das mãos das avós saem peças que ajudam patudos

“A Avó Veio Trabalhar” é uma plataforma de empoderamento para mulheres que têm mais de 60 anos

Comunidade A Avó Veio Trabalhar está a bordar bandanas e roupa para animais até ao final do mês. A venda ajuda a União Zoófila a suportar as despesas com cães e gatos abandonados.

As avós puseram mãos à obra, que é como quem diz pegaram nas agulhas de bordar e estão a personalizar bandanas e roupa de animais cuja venda reverte a favor da União Zoófila. É um projeto feito com amor, que permite dar visibilidade ao valor dos mais velhos e ao trabalho da associação em prol dos cães e gatos abandonados.

O projeto arrancou em outubro e decorre até final deste mês. Cerca de três dezenas de mulheres, com idades entre os 60 e os 87 anos, que fazem parte da comunidade “A Avó Veio Trabalhar”, bordam bandanas e bodies para animais. Quem comprar uma apólice de seguros para animas domésticos na Mapfre recebe uma bandana. Quem quiser pode comprar diretamente as bandanas (10 euros cada) ou as roupas para animais (20 euros) às avós ou no abrigo da União Zoófila.

A avó Teresa Sousa garante que tudo “é feito com amor”, pois “os animais merecem e há tantos abandonados”. “Gosto muito dos animais e estou empenhada, as roupas e as bandanas ficam muito engraçadas e, assim, os animais não têm frio. Estamos todas felizes por podermos ajudar”, acrescenta, sublinhando que com o dinheiro das vendas a associação pode comprar comida, pagar cuidados veterinários e contribuir para o bem-estar dos cães e gatos que estão no abrigo. Há peças para animais de diferentes portes e as bordadeiras recorrem a “diferentes pontos” e muita “criatividade” para darem a cada uma um cunho personalizado.

“A Avó Veio Trabalhar” é uma plataforma de empoderamento para mulheres que têm mais de 60 anos, que cruza o seu conhecimento com a contemporaneidade, dando origem a projetos diferenciadores. Dá “palco à mestria” destas mulheres, “espicaçando” as avós para fazerem coisas diferenciadas, motivando-as e permitindo-lhes “continuar a sonhar”, diz Ângelo Campota, um dos fundadores. Nasceu em 2014, em Lisboa, onde estão cerca de 80 pessoas, e recentemente foi constituído um grupo nos Açores, onde estão mais 15 idosas.

 

Com este projeto, realça Ângelo Campota, além de se angariar dinheiro para as despesas dos animais, dá-se visibilidade ao saber das avós e ao trabalho da União Zoófila em prol dos cães e gatos abandonados. Ao usarem as roupas feitas pelas avós, os próprios animais chamam a atenção para os que ainda estão nos abrigos e precisam de uma casa.