Marcelo Rebelo de Sousa está no centro de uma polémica relacionada com um suposto caso de favorecimento na obtenção de um tratamento milionário contra a atrofia muscular espinhal. Chefe de Estado nega envolvimento e ameaça agir judicialmente.
A suspeita
Segundo uma reportagem da TVI, duas bebés que vivem no Brasil tiveram, em junho de 2020, acesso ao medicamento para a atrofia muscular espinhal, depois de a mãe ter pedido a nacionalidade portuguesa para as filhas. Daniela Martins, a progenitora, garantiu que se terá servido dos contactos da nora do presidente da República e que Belém terá enviado um email para o hospital no sentido de o acesso ao fármaco ser desbloqueado. O caso ocorreu no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.interfe
2 milhões
O valor aproximado, em euros, do Zolgensma, o fármaco em causa, um dos mais caros do Mundo. Tratando-se de gémeas, o tratamento terá custado, portanto, quatro milhões de euros.
A carta desaparecida
Segundo a mesma reportagem, os neuropediatras do hospital terão, na altura, enviado uma carta de repulsa pelo sucedido, que terá desaparecido dos registos hospitalares, bem como o dossiê de admissão das duas crianças. Entretanto, na sequência da peça da TVI, a administração confirmou ter recebido uma segunda carta.
“Eu disse que não tinha feito isso. Não fiz”
Marcelo Rebelo de Sousa
Presidente da República
A reação do PR
Confrontado com o caso, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que não teve interferência no processo, ameaçando mesmo levar a tribunal quem disser o contrário, visto que em causa está “a honra do presidente da República”. Admitiu apenas que recebeu, em 2019, uma carta da mãe das meninas, que reencaminhou para o Governo.
Processos a decorrer
Na sequência das notícias sobre o caso, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde abriu um processo de inspeção. Entretanto, também o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, onde está integrado o Hospital de Santa Maria, abriu uma auditoria interna ao caso.