Susana Romana

Crise no SNS, o beijo de Marcelo a uma grávida e Rock in Rio

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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O país continua a braços com uma crise de recursos no SNS. Cada um dá os seus palpites para resolver, este é o meu: vendam material de obstetrícia naquele corredor do meio do LIDL – e cada um faz as suas urgências em casa. Quão mais complicado que usar um berbequim de percussão pode ser?

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Ficou viral a imagem de Marcelo Rebelo de Sousa a beijar a barriga de uma grávida. Também me pareceu uma boa maneira de aliviar o SNS: quando eu em miúda esfolava um joelho, a minha mãe dava um beijinho a ver se passa. Estão resolvidas as epidurais!

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Costa disse há dias que “há uma doença nacional que é o ceticismo”. Não sei que doença é, mas aposto que também está com falta de médicos da especialidade.

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Têm sido tempos difíceis também para quem investiu em moedas virtuais. As criptomoedas perderam mais de 800 mil milhões de dólares num mês. A mim nunca me convenceram. Prefiro converter toda a minha (parca) riqueza em matutazos das batatas fritas Matutano, é mais fidedigno.

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A Polícia de Segurança Pública deteve esta semana numa escola em Lisboa duas jovens que tentaram fazer-se passar por alunas do Secundário e realizar o exame nacional de Geografia. Tráfico de nomes de capitais e afluentes de rios é crime!

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Portugal é o terceiro país da zona Euro onde os preços dos alimentos mais subiram, cerca de 7,6%. Qualquer dia em vez de joias oferecem-se embalagens de farinha com fermento e 250 gramas de fiambre de aves. E é para passarem de geração em geração!

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A vereadora da CML Laurinda Alves disse que o Rock in Rio Lisboa quis convidar pessoas sem-abrigo para o festival – mas considerou que “ficava complicado, nomeadamente porque há situações de consumos que poderíamos estar a potenciar”. Que excesso de zelo. Nunca estariam mais caídos em desgraça do que os Black Eyed Peas.

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Esta ideia de que todas as pessoas sem-abrigo têm problemas de álcool e drogas é bastante preconceituosa. Eu, por exemplo, tenho uma casa e só conseguia aturar a Laurinda Alves se bebesse dois litros de medronho antes.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 26 de junho – número 1568 – da “Notícias Magazine”]