Susana Romana

Bruno de Carvalho, o ataque terrorista e a leitura em Portugal

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Um dos temas da semana foi o desmantelamento de um suposto ataque terrorista a uma faculdade. O suspeito é alguém que, claramente, percebe mais sobre ataques de acne.

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O suspeito era vítima de bullying e planeava atacar a faculdade com material inflamável. Essa é a parte estranha: 18 anos e tem dinheiro para comprar gasolina, ao preço a que está? Isto não terá financiamento do Estado Islâmico?

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Os telejornais encheram-se de especialistas em darkweb que percebem tanto do assunto como o Bruno de Carvalho percebe de feminismo. Na verdade, o acusado usou um site de fórum banal e acessível, mas a bem das audiências até o Word do Windows 95 é uma perigosa ferramenta informática.

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Bruno de Carvalho foi acusado formalmente pela Comissão para a Cidadania e igualdade de Género por causa do seu comportamento no “Big Brother”. Caramba, já não se pode confiar em ninguém, ele que sempre pareceu um tipo calmo e ponderado, era o Gandhi do Sporting.

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Bruno foi expulso pelos portugueses e de imediato foi para o Twitter e para o Instagram atacar tudo e todos. No dia seguinte, disse que as suas contas foram hackeadas. Claro, até sei quem as hackeou: o William Lawson’s e o amigo JB.

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Já Cristina Ferreira, durante a gala, disse que tenta “ser imparcial”. Claro, claro. Se há coisa que a fulgurante carreira do Ruben Rua nos provou a todos é que a Cristina é superimparcial.

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61% dos portugueses não leu um único livro em 2021, revelou um estudo recente. Não me admira. A maior parte das pessoas que eu conheço não lê nem o livro de instruções dos eletrodomésticos novos.

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Ora este número coabita com o facto de o setor do livro ter crescido 16,5% em 2021. Ou seja: as pessoas compram mais livros, só que não os leem. Na verdade, o setor em crescimento é o da decoração de interiores.