A extrema-direita à conquista da Europa

Giorgia Meloni (Foto: Andreas Solaro/AFP)

Giorgia Meloni sobe ao poder na terceira maior economia da União Europeia, adicionando um novo capítulo a uma história que se vai replicando em várias latitudes.

26%
A percentagem de votos obtida pelo partido Fratelli d’Italia (Irmãos de Itália) nas eleições legislativas do último domingo, em Itália. No total, a coligação de direita liderada por Meloni, que também inclui a Liga Norte, de Salvini, e a Força Itália, de Berlusconi, conquistou 43,8% dos votos, garantindo a maioria parlamentar.

“Democratas” à espreita
Na Suécia, a extrema-direita ainda não chegou ao poder, mas já é uma séria ameaça. Nas eleições legislativas de 11 de setembro, o partido “Democratas da Suécia” conquistou mais de 20% dos votos, posicionando-se como a segunda força política mais votada.

Le Pen em crescendo
Em França, a ascensão desta corrente política também é inegável. Basta ver que nas últimas eleições presidenciais, Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, chegou aos 41% dos votos. É certo que foi derrotada por Macron (59%), mas a percentagem obtida serve de alerta para o que aí vem.

“Quando a direita democrática normaliza a extrema-direita acaba por ser liderada por esta”
João Torres
Secretário-geral adjunto do PS

Autocracia eleitoral
Mais preocupante é o caso da Hungria, onde Viktor Orbán, presidente do Fidesz, é primeiro-ministro desde 2010, tendo tomado, nos últimos 12 anos, várias medidas que constituem verdadeiros atropelos aos direitos fundamentais. Recentemente, o Parlamento Europeu considerou mesmo que o país já não é uma democracia, mas sim uma “autocracia eleitoral”.

7,18%
A percentagem obtida pelo Chega nas últimas eleições legislativas. O partido liderado por André Ventura ascendeu assim a terceira força política em Portugal.