A rubrica "Máquina do tempo" desta semana destaca a inauguração da barragem do Cabril.
Longe vai aquele 31 de julho de 1954 em que o presidente da República, general Craveiro Lopes, inaugurou a barragem do Cabril, enchendo de água os olhos dos habitantes da antiga aldeia de Vilar, no concelho de Pampilhosa da Serra. A obra é monumental. Um ex-líbris arquitetónico. Do tipo arco abóbada, com uma altura de 136 metros e 290 metros de comprimento do coroamento. Uma das maiores reservas de água doce do país, hoje em perigo. A água do rio Zêzere já não cobre a velha aldeia. As ruínas de Vilar estão tão à vista como a seca que assola o país. O reservatório está a apenas 37% da sua capacidade, diz a agência Reuters. A barragem do Cabril, que une o concelho de Pedrógão Grande (distrito de Leiria) à freguesia de Pedrógão Pequeno (concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco) é, passados 68 anos, o espelho de um futuro difícil.