Mulheres que comandam impérios em Portugal

Cláudia Azevedo lidera a Sonae, o maior empregador privado do país, com receitas de 5,7 mil milhões de euros (Foto: Amin Chaar/Global Imagens)

Cláudia Azevedo, Paula Amorim e Maria Cândida herdaram um negócio e tradição familiares. Isabel Vaz abandonou a engenharia, apaixonada pela gestão, e Isabel Mota cedo escolheu os números. Cinco vidas, de gerações diferentes, marcadas pela figura paterna, conscientes do poder que detêm - o de comandar pessoas, de moldar a agenda nacional, de interferir na economia e no destino de muitos portugueses. Cinco das mulheres mais poderosas de Portugal, segundo a “Forbes”. Negociadoras duras, avessas a meias-palavras. Exceções num Mundo sem paridade. Basta dizer isto: na Bolsa, apenas pontuam duas: as líderes dos grupos Sonae e Amorim.

Paula Amorim gosta de lembrar a frase dita pelo estilista Tom Ford quando escolheu o Grupo Amorim para acionista e membro do Conselho de Administração da Tom Ford Internacional: “Alguém que espera nove anos para ter cortiça é o parceiro certo”. Perseverança e visão a longo prazo são, para a mulher mais rica de Portugal, os traços fortes de um percurso de 150 anos, com a cortiça na génese. Uma história contada pelo Mundo, do cais de Gaia (1870) ao Grand Canyon: “Até naquele lugar recôndito, num piquenique de família, ao abrir uma garrafa de espumante americano, encontrei a rolha Amorim”.

Do pai herdou “esse orgulho” e a liderança de um dos maiores grupos empresarias, legado com evidentes privilégios, mas enormes custos de comparação. Américo Amorim era um negociador duro, um homem de instinto certeiro, matriz patriarcal que a filha mais velha não pode ignorar. Apresenta-se por isso determinada, poderosa, decidida, contrapondo ao abandono precoce da formação académica o instinto apurado. “Só quem a conhece de perto, vê melhor a sua sensibilidade, às vezes, até a sua timidez”, diz o jurista António Lobo Xavier.

Líder do grupo que detém a fortuna Amorim e chairman da Galp Energia desde outubro de 2016, Paula fez caminho próprio no setor do luxo e da moda, com a Amorim Luxury (Fashion Clinic, e a marca JNcQUOI). Comanda um império de três mil milhões de euros.

“Sou persistente, resiliente, calma e audaz.” Definir estratégias, é um prazer. Dinheiro, “um meio para o negócio”. Luxo? Tempo.

Tinha 15 anos (1985) quando o pai abriu o primeiro hipermercado. Vinte, quando lançou o jornal “Público”. Trinta, quando a Sonaecom foi admitida na Bolsa de Lisboa. Entrou nos 40 a celebrar meio século da marca e aos 50 era já presidente executiva da multinacional. A Sonae está em 90 países, tem mais de 50 mil funcionários – é o maior empregador privado português -, 20 mil acionistas, receitas de 5,7 mil milhões de euros em 2017.

Cláudia Azevedo, a herdeira discreta desse império, é capaz de deixar claro, numa frase, ao que vai. Resoluta, não faz nada ao acaso. Nem quando defende projetos que o senso prático poderia já ter condenado, como é o caso do “Público”, o jornal que lhe deve, nestes anos de crise, a sobrevivência.

Nasceu em 1970, no Porto. Um ano mais velha do que Paula Amorim, Azevedo, portista ‘doente’, empenhou-se numa preparação académica cuidada. Entrou na Sonae aos 24 anos provando saber fazer a ponte, nas áreas da Comunicação, Publicidade e Marketing, entre o mundo novo e pouco convencional da tecnologia, tal como se apresentava no início do século, com a organização conservadora da marca.

Poder e discrição

Não é fácil encontrar quem se disponha a descrever a gestora. Vários amigos afirmaram “não ser oportuno”. Quando se trata da presidente da Sonae, nunca é. Sabe-se, porém, que convive melhor com decisões cortantes, por muito impacto que tenham em vidas reais, do que Paulo, o irmão a quem sucedeu. E que é também menos frugal. Cláudia aprecia gastronomia sofisticada, vinhos de excelência, uma gargalhada. Em “petit comité”, revela a ironia, o humor negro, adere à conversa fútil, à má-língua divertida. Convívios que se estendem pela madrugada, com amigos que gosta de receber em família.

É este o quadro intimista – com o marido e dois filhos, Lucas de 17 anos e Margarida de 13 – sempre preservado, que os amigos temem revelar. O gestor Pedro Moreira da Silva é um dos poucos que arrisca uma breve declaração: “É uma pessoa tenaz, tal como o pai era. E muito pragmática”. O designer de interiores José Pedro Lopes Vieira completa: “Muito observadora, muito rápida e eficaz na avaliação. Sabe exatamente o que quer e o que não quer. Tem um gosto clássico, inglês, confortável, que mistura com alguma contemporaneidade”.

Classicismo mesclado de contemporaneidade é o retrato de Maria Cândida Rocha e Silva. A presidente do Banco Carregosa fala-nos de casa, na Foz, sentada defronte ao mar. “Está um dia lindo, no Porto”, conta em conversa telefónica, o contacto possível em dias de confinamento.

“A casa fala com ela e dela”, diz a economista Fátima Sousa Pereira, amiga antiga. “Gosto muito da minha casa. Tem apenas as coisas de que gosto e que me alegram, sem ser ostensiva. Vivo-as muito.”

Maria Cândida Rocha e Silva, presidente do Banco Carregosa, foi a primeira corretora da Bolsa portuguesa
(Foto: Rita Caldeira Salgado/DR)

O pequeno-almoço é um momento feliz. A maçã madura, as torradas com queijo, um café, saboreados devagar. O almoço diário com uma das duas filhas, “outra delícia”. Pela companhia, pela “comida simples, mas muito bem-feita”.

Aos 77 anos, Maria Cândida Rocha e Silva constrói os dias assim, “com serenidade”. Gosta de teatro, de poesia, e só a pandemia a afasta de acompanhar a temporada de ópera em Verona, liturgia praticada há três décadas, a que já aderiram os netos.

Nasceu em Vila do Conde. Em 1944, a terra de pescadores, “muito atrasada e preconceituosa”, dividida em castas, contrastava com a rapariga “cheia de humor e sentido crítico, fascinada por desafios, sem paciência para a estupidez, o atraso, o atavismo”, recorda Joaquim Sousa Pereira, amigo de infância.

Com 30 anos, de regresso ao Porto depois de uma estadia em África, Maria Cândida trocou a Filologia Românica por uma carreira sustentada no negócio paterno, a L.J. Carregosa, instituição portuense de câmbios fundada em 1833, com sede na Rua das Flores. Aos 36, tornou-se a primeira corretora oficial na Bolsa portuguesa, “vivendo intensamente o mundo financeiro da década de 80” com uma carteira de clientes que não andavam a brincar – Belmiro de Azevedo era um deles.

Primeira e única portuguesa fundadora de um banco – o Carregosa – fez crescer a marca ao longo de 50 anos, com créditos reconhecidos e prémios na área do empreendedorismo e excelência profissional (”Embaixadora do Empreendedorismo Feminino”, entregue em 2010 pela Comissão Europeia).

Polida, mas assertiva, a simpatia não a impede de cortar a direito. Muito discreta e reservada, muito direta e exigente, dizem os colaboradores. “Não a queiram ver zangada”, avisa o amigo de infância.

O dinheiro é um bom servo em um mau senhor, gosta de afirmar. “Acredito que vejam em mim uma pessoa poderosa porque sou o rosto de um banco. Não me importo que as pessoas saibam que tenho esse poder, mas não gosto de o usar.”

Divorciada, vive com o irmão. “A família, o banco, os amigos e os prazeres culturais preenchem os dias da banqueira. “Poder ter os meus à minha volta, e ver os netos crescerem com valores, traz-me muita alegria ao coração.”

A arte de negociar

Em Lisboa, a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian está sentada à mesa que junta em almoços de domingo a numerosa família: patriarcas, quatro filhos e 11 netos. Ao telefone, uma voz muito jovial. “Sabe que a mais velha já tem 20 anos?”, pergunta Isabel Mota.

Almoços “muito engraçados, em que se discutem muitos assuntos, política, inclusivamente, sendo que há para todos os gostos, da Direita à Esquerda”. E muita algazarra: “Mais parecemos uma família italiana”.

Isabel Mota preside a uma das maiores e mais influentes instituições do país, a Fundação Calouste Gulbenkian
(Foto: João Henriques/DR)

Solta a gargalhada célebre, por ser tão contagiante e frequente.

– Quem cozinha para essa gente toda?

– Olhe, eu é que não sou.

Nova gargalhada. Os filhos sorriem quando a ouvem dizer que em tempos era ela quem cozinhava. “Isso é ficção, mãe.”

Pede desculpa pelo telefonema atrasado. “Nunca ando a horas e sou muito impaciente. Dois grandes defeitos.”

Impaciência conjuga mal com o perfil de estratega eficaz, reconhecido depois de arcar com a responsabilidade da negociação dos fundos estruturais e de coesão com a União Europeia nos anos 1980, no Governo de Cavaco Silva. “Apesar de impaciente e também muito emotiva”, explica, “há dois pontos essenciais que nunca perco de vista numa negociação: o objetivo que é suposto atingir e o respeito pela outra parte. Não pode nunca ser humilhada”.

Nascida em 1951, Isabel Mota tinha cinco anos quando o Estado português aprovou os estatutos da Fundação Gulbenkian. Seis décadas depois, é líder de uma das maiores e mais influentes instituições do país. “Muito prestigiada, com um papel único em Portugal e figuras de prestígio na presidência. É um lugar de peso. Acho que são essas as razões por que poderão ver-me como uma mulher poderosa.”

A importância da lealdade

Isabel Mota conhece bem o grupo Luz Saúde. Nele trabalha Francisco, um dos dois filhos que escolheram a gestão hospitalar. Avaliado em 550 milhões de euros, o Luz Saúde tem 15 mil funcionários, 30 unidades hospitalares, 590 milhões de euros em volume de faturação (dados de 2019). E tem Isabel Vaz, a gestora que já recusou um convite para ministra com a mesma certeza que a levou a desistiu da engenharia. “Não tenho esse chamamento. Sou uma operacional sem queda para os jogos políticos. Não é da minha natureza, seria um alvo político muito fácil.” Define-se como um “espírito inquieto, insatisfeito, sempre a sonhar coisas”. Por isso, “o poder não me serve para mandar nos outros, mas para fazer. E só para isso”.

Convicta, não é fácil conseguir que mude de opinião. “É extremamente assertiva, muito opinativa, com gosto em afirmar as suas posições, o que leva a episódios engraçados de tensões positivas”, realça Filipe de Botton, que conhece Isabel há mais de 20 anos, acrescentando: “Ou nos pomos a pau ou ela ganha rapidamente ascendente. No debate intelectual, é tremenda. Pode ser agressiva, muito forte nos argumentos, roubando espaço à parte contrária”.

Isabel Vaz está à frente do Luz Saúde, que conta 30 unidades hospitalares, 15 mil funcionários e 590 milhões de euros em volume de faturação
(Foto: Frederico Martins/DR)

Não é raro tratar desconhecidos por tu. Vê-la desconcertar interlocutores com anedotas picantes. “Nela não fica mal. Ela pode. É muito divertido ver a cara das pessoas. Ficam entre o envergonhado e o espantado.”

Fisicamente, Isabel descreve-se “pequenina e de olhos expressivos. Com um body language poderoso. É difícil as pessoas não perceberem o que estou a apensar”. Nada que a preocupe.

Zanga-se com “o desmazelo argumentativo”. Quer distância de “trapalhões e de gente impreparada”. Procura o detalhe com obsessão e reconhece o constrangimento que a assertividade com que defende as ideias pode provocar em colaboradores.

Em quase duas horas de conversa telefónica recorreu com frequência a duas palavras: tolerância e lealdade. “Cresci em Setúbal, tive amigos muito ricos e amigos muito pobres, amigos do CDS e amigos comunistas. Por isso, sou tolerante e profundamente democrata.” As picardias com o Bloco de Esquerda maçam, mas não a moem.

A traição, sim. “Competência é um valor fundamental, mas não chega. Já prescindi de competência por verificar que faltava caráter. Nesta casa, se alguém pensa que sobe traindo outra pessoa está enganada. É a forma de não subir nunca.”

A viragem do século foi decisiva na vida profissional da gestora. A convite de Ricardo Salgado iniciou a criação do então Espírito Santo Saúde. Pedra a pedra. Comandou a operação que levou a empresa para a Bolsa e manteve a liderança depois de os chineses da Fosun comprarem o grupo. Pelo meio, viveu dias “terríveis” com a queda do BES e o colapso de Ricardo Salgado. “Que desilusão. Olho para isso com uma profunda tristeza. Quando aconteceu, entrei em modo sobrevivência. Em defesa da empresa e dos trabalhadores. Foram os piores dias da minha vida profissional.” Branquinho da Fonseca, membro do Conselho de Administração, testemunhou o processo: “Nos grandes problemas, a Isabel reage de forma muito fria, muito ponderada, muito refletida”.

De regresso a Isabel Mota. “Nunca programei a minha vida”, confessa. Porém, dois convites marcam o seu percurso profissional: o de Valente de Oliveira, nos anos 1980, para secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, e o de Rui Villar, em 1996, para uma direção da Gulbenkian.

“A Isabel é uma grande negociadora”, começa por dizer Valente de Oliveira. “Estuda muito bem os processos, tem uma grande intuição e uma qualidade fundamental: firmeza. Sabe o que quer negociar e não perde o objetivo.”
Alexandre Relvas pertenceu ao mesmo Governo. “Recordo que não é nada fácil negociar com a Isabel. Reuniões tensas a tal ponto que no dia seguinte lhe enviava uma caixa de chocolates.”

Rui Vilar lembra a “inteligência, a enorme capacidade de empatia. “Quando esteve na Direção de Recursos Humanos, teve de lidar com alguns cortes e negociou com os colaboradores conciliando todos os interesses, mantendo a paz social.”

“Paizite” aguda

“O pai foi tão importante. Quando fui nomeada corretora oficial da Bolsa, tinha para mim uma casa de 1833, com nome honrado na praça. O meu pai já me tinha introduzido no meio do mercado dos capitais. Para que pudesse aprender com ele. A minha mãe dizia que sofro de ‘paizite’ aguda”, conta Maria Cândida. “Estarei à altura?, perguntou-se há muitos anos. “Hoje, diria ao meu pai que mereci o que me deixou. Que não estraguei, melhorei. Que aproveitei tudo.”

Paula tem em Américo Amorim “a maior influência pessoal”. Procura em si “o lado irreverente, audaz”, que conheceu no pai. “Vêm dele os valores que estou a transmitir aos meus filhos.” Porém, bateu-lhe o pé.

Paula Amorim comanda o grupo que detém a fortuna Amorim (três mil milhões de euros) e é chairman da Galp Energia
(Foto: Frederico Martins/DR)

“Apesar de ter sido eleita, quis provar ao pai que podia virar-se sozinha e comprou a Fashion Clinic. Acha que se preocupou? Entendeu que devia afirmar-se e o pai reconheceu-lhe autonomia. Este é um traço de liderança importante”, observa José Luís Arnaut, amigo próximo. Tal como o pai, “não tem medo da sombra nem gosta da graxa. Na empresa tem distribuído jogo porque é segura de si”. Mais velha das três filhas, ouvia a mãe dizer: “Tivemos sorte, se fosse um rapaz ou era igual a ele ou seria a pessoa mais infeliz do Mundo”.

Belmiro de Azevedo foi pai de dois rapazes. Mas nem por isso esqueceu a benjamim. “Ouviu muito o pai, e tomou boa nota das coisas boas que ele ensinou; e embora o adorasse, foi sempre capaz de uma visão crítica e de separar o que nele havia de bom e mau”, assinala quem assistiu à relação. A única filha de Belmiro é provavelmente a mais parecida com o pai.

Também Isabel Mota reconhece em si o progenitor. Filha de um oficial da Marinha de Guerra, “exigente e rigoroso”, herdou dele “os sentidos do rigor e da responsabilidade”. “Isabelinha, contrapunha a minha mãe, não trabalhes tanto. Há mais coisas na vida. Sempre tentei equilibrar os dois ensinamentos.”

Mães e avós

Uma certeza precoce, a de que gostaria de ter uma família grande. Aluna brilhante, começou a namorar com o futuro marido aos 15 anos. “O Rui tem uma importância extraordinária na vida da Isabel”, salienta Rui Villar. “É um homem à frente do seu tempo”, adiciona Isabel Mota.

Pessoalmente, dois marcos incontornáveis, tão felizes, quanto dramáticos: “A constituição da minha família e o acidente de um dos meus filhos, um pedregulho brutal que me caiu em cima, medo que de vez em quando ainda me assalta”.

Isabel Vaz aprendeu com o pai “a amar a vida de hospital”. Filha de um médico do Serviço Nacional de Saúde, a gestora cresceu e foi precocemente marcada pelo ambiente dos médicos, dos doentes, das doenças. “Tive a felicidade de ver o meu pai visitar o Hospital da Luz, em 2007. Foi uma imensa alegria para mim.”

A maternidade aos 49 anos de Paula Amorim é um caso “de muita determinação e, sobretudo, de muito amor”, diz a prima Cristina Amorim. “Julgo que, de todos nós, só a Paula teria esta coragem e esta determinação. Um recomeçar com mais maturidade, experiência, estabilidade; com enorme apoio dos filhos Rui e Francisca, do marido, da mãe – crucial para a Paula – e, obviamente, da família e amigos.”

Pessoalmente, “longe de se assumir supermulher sem fragilidades, é amiga, doce e sensível, sabe ouvir e sabe perceber os outros, e não procura disfarçar as suas angústias”, considera Lobo Xavier. José Luís Arnaut está feliz pela amiga: “Com o Miguel (Bleck Guedes de Sousa), a Paula desfruta da vida. A determinação em ter esta bebé prova isso mesmo”.

Rui Moreira conhece Paula Amorim há 30 anos. “Sendo que já na altura era muito rica e com um pai muito poderoso, recordo uma pessoa muito simples, de relacionamento fácil. Muito cuidadosa com o pai e com a mãe, uma relação espantosa.” E o autarca do Porto acrescenta: “Quando estamos com ela, nunca pensamos que estamos coma mulher mais rica de Portugal”.

Isabel Vaz, a brincar a brincar, vai dizendo que gostava de ser avó. Os amigos têm dela uma imagem que em nada se coaduna a esse papel. “Daqui a dez anos vejo-a a gerir o seu próprio negócio, com a força de sempre. Merece”, vaticina Filipe de Botton.

O mandato de Isabel Mota na Gulbenkian termina dentro de um ano. Rui Vilar e Valente de Oliveira veem na amiga um nome a ter sempre em conta. “É uma senadora da nação.”

Gargalhada. “Sou nada.” Já a Gulbenkian, frisa, “é mais do que a soma das partes”. Por isso, gostava de deixar “uma marca” na inovação social. “Talvez depois me reforme”. Se assim for, tem uma única certeza: “Nunca mais comprarei um blazer”.